Última alteração: 29-10-2012
Resumo
O vírus da bronquite infecciosa (IBV) é um importante patógeno que acarreta grandes perdas econômicas para a indústria avícola. Ele causa a bronquite infecciosa das galinhas (BIG), doença respiratória, que acomete a produção de frangos de corte e de galinhas poedeiras, causando diminuição da produção de ovos, infertilidade, retardo no crescimento, aumento na suscetibilidade a infecções secundárias e aumento da mortalidade. O vírus pertencente à família Coronaviridae e possui genoma de RNA fita simples, envelopado, com presença de espículas. A espícula é dividida em duas frações S1 e S2, sendo a primeira a principal responsável pela indução de anticorpos inibidores da hemaglutinação e pela soro-neutralização, possuindo um importante papel na indução de proteção vacinal contra a doença. No Brasil a administração de vacinas atenuadas e inativadas é baseada num único sorotipo (Massachusetts), porém já é bem estabelecida a ocorrência de um grupo uniforme de cepas variantes em várias regiões do país. Portanto é de extrema importância uma técnica capaz de diferenciar a cepa vacinal de cepas variantes para estabelecer o controle efetivo de um programa de vacinação. Tal técnica encontra-se disponível em nosso país, e é baseada numa PCR com posterior sequenciamento. A grande limitação desta técnica se dá pelo fato de ser um procedimento trabalhoso e demorado, além de estar disponível somente em laboratórios acadêmicos e de pesquisa. O objetivo do presente trabalho é desenvolver uma técnica mais simples e mais rápida utilizando a PCR em tempo real (TaqMan PCR) para diferenciar a cepa vacinal das cepas variantes, e que tem como grande vantagem de ser uma metodologia (PCR em tempo real) já utilizada nas grandes agroindústrias do país. Para o desenvolvimento da técnica realizou-se inicialmente uma análise de sequências, e foram escolhidos como alvos a porção da proteína de espícula S1. Foram desenhados e adquiridos um total de 8 primers: um par de externos e internos específicos para a amplificação da cepa vacinal Massachussets e outros dois pares para as cepas variantes. Utilizou-se uma sonda comum aos dois alvos para as detecções por TaqMan PCR. Foram adquiridas amostras positivas provenientes de diversas regiões do país, além de cultivo celular (líquido alantóide) e diferentes marcas de vacinas (cepa vacinal). A extração de RNA total foi realizada através do protocolo de adsorção em sílica e a transcrição reversa (RT) antecedeu uma amplificação realizada no equipamento StepOne Plus (Applied Biosystems). Várias combinações de primers foram testadas, na otimização da reação. Até o momento, 3 protótipos foram desenvolvidos, 1 específico para Massachussetes e 2 específicos para as variantes brasileiras. Tendo apresentado resultados promissores, os protótipos estão sendo testados em ensaios de casuística para atestar a eficiência da técnica.