Última alteração: 24-10-2012
Resumo
A produção de fumo é uma atividade agrícola relevante no Brasil. De acordo com a Afubra, a produção anual de todos os tipos de folhas de fumo foi de aproximadamente 867 mil toneladas entre os anos de 2010 e 2011. A maior parte da produção de fumo ocorre na região Sul – o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná produzem cerca de 96%. Estima-se que a produção de fumo seja a fonte de renda de aproximadamente 186 mil famílias. O cultivo do fumo implica aos fumicultores a exposição aos agroquímicos, que representam um risco em potencial à saúde dos seres humanos. É imprescindível para a sociedade o estabelecimento de normas de uso e controle destes agentes potencialmente danosos. Este trabalho teve como objetivo avaliar os danos ao DNA ocasionados nos fumicultores pela exposição aos agroquímicos. Foram coletados amostras de sangue periférico de 37 indivíduos controle (indivíduos sem exposição a agentes genotóxicos) e 70 fumicultores (expostos a agentes agroquímicos), onde se submeteu essas amostras ao ensaio cometa alcalino. Neste ensaio observamos as classes de danos ao DNA, que gera um parâmetro conhecido como índice de danos, e a freqüência de células cometa (freqüência de danos). No grupo dos fumicultores obtivemos uma média para Índice de Danos 57,7± 13,8 e Frequência de danos 34,4± 7,2, enquanto que para o grupo controle o Índice de Danos foi de 10,7±7,6 e a Frequência de danos 7,3±4,9. Ao avaliarmos os resultados obtidos para o grupo dos fumicultores, este apresentou um aumento de danos ao DNA que foi significativo quando comparado ao grupo controle (P<0,001, teste Mann Whitney). Com a obtenção desses dados, até este momento, é possível concluir que a exposição aos agroquímicos ocasiona genotoxicidade aos fumicultores. Sendo assim percebe-se a necessidade de uma maior atenção às práticas realizadas por esses indivíduos durante este tipo de cultivo.