Última alteração: 25-10-2012
Resumo
A alcachofra, Cynara scolymus, é uma planta herbácea, de clima temperado que rebrota todos os anos após o inverno. Rica em vitaminas A e do complexo B e em sais minerais como ferro, cálcio, magnésio, fósforo, a alcachofra é utilizada na medicina popular para o tratamento de distúrbios hepáticos, controle de diarréia, e como diurético. Apesar da existência de trabalhos experimentais evidenciando as propriedades terapêuticas da alcachofra, existem poucos estudos quanto à atividade genotóxica dos extratos de suas folhas. O presente estudo teve como objetivo avaliar a genotoxicidade do extrato bruto (aquoso) das folhas de C. scolymus em quatro concentrações, utilizando o teste cometa, versão alcalina, em células humanas de carcinoma hepático (HEPG2). O Teste Cometa (single-cell gel assay - SCG) baseia-se na técnica microeletroforética para a avaliação de danos no DNA de células individuais. A versão alcalina (pH>13) deste bioensaio permite a detecção dos seguintes danos genéticos: (i) quebras de fita de DNA, simples e duplas, (ii) sítios álcali-lábeis, (iii) associações DNA/DNA e DNA/proteína e (iv) reparo incompleto por excisão após quebra de fita simples. A escolha das concentrações foi realizada através do teste de viabilidade celular pela exclusão do azul de tripan. A toxicidade genética da alcachofra foi avaliada nos tratamentos de 1h e 24hs nas concentrações de 0,62, 1,25, 2,5 e 5,0 mg/ml. A comparação estatística foi realizada por meio da análise da variância (one-way ANOVA) com teste post hoc de Dunnett para uma significância estatística p<0,05. Os resultados após a exposição das células HEPG2 ao tratamento de 1 hora com o extrato das folhas da alcachofra mostraram um aumentou da frequência de danos no DNA, quando comparado ao controle negativo, meio de cultivo DMEM, nas concentrações de 2,5 e 5,0 mg/ml. No tratamento de 24 hs, foram observadas diferenças significativas na indução de danos no DNA nas células tratadas com as concentrações de 1,25, 2,5 e 5,0 mg/ml. Desta forma, os dados obtidos apontam para a ação tóxico genética de C. scolymus, que pode estar associada à atividade pró-oxidante dos constituintes presentes no extrato das suas folhas.