Células-tronco são células com capacidade de autorrenovação e capazes de produzir pelo menos um tipo de célula diferenciada. Células-tronco mesenquimais (CTM) são células de origem mesodérmica primordial que dão origem a vários tipos de células de vários tecidos. Estas células têm capacidade de se diferenciar em vários tecidos, incluindo osso, cartilagem, gordura e músculo. As CTM presentes no tecido adiposo são de 300 a 500 vezes mais abundantes e parecem ter maior potencial terapêutico.  Recebem o nome específico de céulas-tronco adiposo-derivadas (CTAD), e têm mostrado potencial para diferenciar-se em múltiplos tipos celulares, podem ser obtidas de uma fonte de tecido que pode ser extraído em grande quantidade com mínima morbidade. Deste modo, células-tronco de tecido adiposo apresentam um alto potencial clínico para terapia celular e engenharia de tecidos. Desde 2003, as CTAD têm sido empregadas na medicina veterinária, para tratamento de lesões ligamentares e tendíneas e doenças articulares em cavalos e outras espécies, com mínima manipulação da natureza das células. Os relatos de estudos na medicina veterinária, são pouco precisos na nomenclatura utilizada para descrição do material utilizado. Outra questão pouco definida diz respeito à possibilidade de uso de células alogenéicas para terapia. Neste projeto, serão incluídos animais (caninos, felinos e equinos) com patologias espontaneamente estabelecidas, encaminhados pelos proprietários para tratamento com terapia celular. O procedimento de coleta de tecido adiposo será realizado por veterinário, em condições de assepsia. Durante o procedimento de coleta os animais estarão anestesiados. O isolamento das CTAD será realizado através do método de digestão em colagenase tipo I. Para cultivo, as células serão ressuspendidas em HDMEM suplementado com 10% de soro fetal bovino e mantidas em cultura. As análises do potencial de diferenciação serão realizadas a partir de meios suplementados com substâncias indutoras. As células da fração vascular estromal ou as CTAD obtidas após cultivo serão ressuspendidas em meio de cultivo com soro autólogo e injetadas diretamente na lesão ou via sistêmica com seringa estéril. Para cada espécie, serão constituídos os grupos experimentais. Os critérios para formação dos grupos serão relacionados principalmente a características dos animais (raça, tamanho, idade) e da patologia (tipo, extensão e estágio), de modo a permitir uma comparação das variáveis terapêuticas a serem estudadas. Os resultados terapêuticos serão avaliados aos 15 e 30 dias, e depois mensalmente durante um período mínimo de um ano, com participação dos veterinários. Em casos onde a coleta de tecido é possível, amostras serão analisadas por histologia e imunohistoquímica.