Última alteração: 24-10-2012
Resumo
Muito cultivada em várias regiões do Brasil devido ao seu grande potencial nutricional e a facilidade no aproveitamento industrial, Malpighia glabra L., popularmente chamada de “acerola”, é utilizada pela população por sua ação adstringente, vitamínica, antianêmica, nutritiva, antifúngica, entre outras. A acerola, pelo seu alto teor de vitamina C, carotenóides e antocianinas passou a se destacar no campo dos alimentos funcionais como nova fonte de antioxidante natural. Com isso, pode atuar frente à superprodução de radicais livres, gerados por processos bioquímicos e fisiológicos do corpo humano, que podem desencadear desordens neurodegenerativas, doenças cardiovasculares, câncer entre outras patologias. Uma vez que a composição química do suco da fruta pode ser dependente das condições ambientais, estágios de maturação e do processamento da fruta, este trabalho tem como objetivo analisar a constituição fitoquímica, avaliar o teor de vitamina C, flavonóides, taninos e fenóis totais e determinar o potencial antioxidante dos extratos de acerola verde, madura e de um suco industrializado. Para obtenção dos extratos da acerola madura (AM) e verde (AV), os frutos foram extraídos por expressão e filtrados. Após, os filtrados da acerola verde e madura assim como o suco industrializado (AI) foram congelados e liofilizados. A caracterização fitoquímica foi realizada através dos ensaios colorimétricos qualitativos do screening fitoquímico (alcalóides, antraquinonas, cumarinas, flavonoides, saponinas e taninos), a análise de vitamina C foi realizada através do método por titulometria, e o teor de compostos fenólicos, flavonoides e taninos totais foi realizado através de doseamentos. O potencial antioxidante foi avaliado pelo ensaio com radical livre 2,2-difenil-1-picrilhidazila (DPPH). A partir do screening fitoquímico, constatou-se a presença de saponinas e flavonoides em todas as amostras analisadas. Através dos doseamentos pode-se observar que os teores de flavonóides (AM=0,086 ± 0,01; AV=0,096 ± 0,02; AI=0,164 ± 0,02 mg/100mg), taninos (AM=0,64 ± 0,17; AV=0,31 ± 0,07; AI=3,22 ± 0,09 mg/100mg) e fenólicos totais (AM=19,90 ± 0,10; AV=20,33 ± 0,12; AI=22,42 ± 0,05 mg/100mg) são mais elevados na amostra de suco industrializado. Por outro lado esta amostra foi a que apresentou menor concentração de vitamina C quando comparada as amostras de acerola verde e madura (AM=23,27 ± 0,49; AV=32,79 ± 0,85; AI=16,15 ± 0,49 mg/100mg). A análise do potencial antioxidante destas amostras também foram superiores ao suco industrializado (AM=64,57 ± 2,72, AV=34,53 ± 1,15, AI=77,95 ± 2,02 mg/100mg). Baseado nos dados aqui encontrados podemos concluir que, para a acerola o teor de vitamina C foi mais determinante na inibição do radical DPPH do que o conteúdo dos compostos fenólicos.