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O Brasil é um dos países que se destaca na produção e plantio de fumo, mais precisamente no Rio Grande do Sul, exerce grande importância na atividade econômica, social, geradora de empregos diretos e indiretos. A atividade fumageira expõe diretamente os fumicultores ao contato com a planta Nicotiana tabacum, com seus compostos orgânicos e inorgânicos, além de exposição aos agrotóxicos presentes nas folhas. Este trabalho tem por objetivo de detectar danos ao DNA pela exposição dos fumicultores durante o período de surtimentos das folhas de fumo foi realizado um biomonitoramento com estes agricultores em Santa Cruz do Sul – RS. Utilizou-se o teste de Micronúcleos em Mucosa Oral dos indivíduos, sendo 16 fumicultores (período de surtimento) e 20 indivíduos controle (não expostos a agentes mutagênicos). O teste de micronúcleos em mucosa oral dos trabalhadores avalia danos ao DNA (micronúcleos e brotos nucleares), defeitos de citocinese (células binucleadas) e morte celular (células com cromatina condensada, cariorréticas e cariolíticas e picnóticas). Para cada indivíduo foram analisadas 2000 células bucais.  Ao avaliarmos os resultados obtidos dos dois grupos percebemos que o grupo dos fumicultores apresentou um aumento significativo de danos ao DNA e morte celular quando comparado ao grupo controle (P<0,05; Teste Mann-Whitney). Quanto aos danos ao DNA, no grupo dos fumicultores obtivemos uma média para micronúcleos e brotos nucleares de 9,1±3,5 e 3,1±2,2, respectivamente; enquanto que para o grupo controle uma média para micronúcleos e brotos nucleares de 0,8±1,0 e 1,3±1,0, respectivamente. Com a obtenção desses dados, até este momento, é possível concluir que o surtimento das folhas de fumo ocasiona mutagenicidade observada pelo aumento de micronúcleos e brotos nucleares, e morte celular (pelo aumento de células com cromatina condensada, cariorréticas, picnóticas e cariolíticas). O cultivo do fumo exige grande manipulação da planta, que durante seu plantio são utilizados diferentes agroquímicos, durante a colheita existe exposição à nicotina e no surtimento exposição a esta mistura complexa, além de nitrosaminas. Sendo assim, e com nossos resultados percebe-se a necessidade de uma maior atenção às práticas realizadas por esses indivíduos durante este tipo de cultivo e da necessidade do uso de equipamentos de proteção adequado.