Portal de Eventos da ULBRA., XVIII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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Prevalência de atividade física e fatores associados em adolescentes escolares da rede pública de Santarém, PA, em 2010
João Alberto Santos, Denise Aerts, Zilma Pimentel, Gehysa Alves, Lilian Palazzo, Sheila CâmaraCâmara

Última alteração: 23-10-2012

Resumo


A adolescência é um período de mudanças físicas, psíquicas e sociais, tornando-se um momento propício para adoção de práticas saudáveis, como a atividade física (AF). Esta, por sua vez, relaciona-se com qualidade de vida em todas as idades, trazendo benefícios para a saúde. O objetivo do presente estudo foi investigar a prevalência da atividade física e sua associação com fatores demográficos, psicossociais, estilo de vida, maturidade sexual e estado nutricional entre escolares do oitavo ano da rede pública de ensino da Santarém-PA, em 2010. Para tanto, foi realizado um estudo transversal com uma amostra representativa de 685 escolares, dos 4.012 escolares matriculados no 8º ano das escolas públicas de Santarém-PA. Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram: uma ficha antropométrica; a ficha de percepção da maturidade sexual de Tanner e questionários autoaplicáveis sobre percepção de imagem corporal (BSQ), inserção econômica (ABEP), atividade física e situações de vulnerabilidade (vida sexual, estilo de vida, características familiares e psicossociais). Os dados foram coletados em sala de aula nas próprias escolas. Foram considerados suficientemente ativos aqueles escolares que realizaram mais de 300 minutos de atividades semanais. Para a análise dos dados, utilizou-se o teste do qui-quadrado com o auxílio do software Stata 6.0. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética da ULBRA (251H/2009). A prevalência de sujeitos suficientemente ativos (> 300 minutos/semanais) foi de 60,8%, 24,1% realizavam entre 299 e 150 minutos/semana e 15,1% foram considerados como sedentários (< 150 minutos/semanais). Com relação ao número de horas na frente da televisão e computador, 43,5% passam até duas horas por dia e 22,7% passam mais de cinco horas diárias. Em relação às características da amostra, a maioria era do sexo feminino (56,0%), com 14 anos de idade (36,7%) e referiram cor de pele não branca (81,6%). Os jovens do sexo masculino foram mais ativos (78,4%) do que as meninas (47,3%), sendo essa diferença significativa (p < 0,000). Com relação à maturidade sexual, os jovens no estirão da puberdade praticam mais atividade física (p = 0,04) e os escolares que experimentaram cigarro (73,7%) também apresentaram maior prevalência de atividade física do que os que nunca experimentaram (58,9%). Da mesma forma, os que já iniciaram vida sexual ativa (73,0% x 57,4%) e os com três ou mais amigos (64,1% x 43,6%) informaram mais atividade física do que seus pares de referência. Não foram encontradas associações significativas entre o desfecho e cor da pele, percepção da imagem corporal, estado nutricional, uso de álcool na vida, qualidade da relação com os pais e características psicossociais. Os resultados apontam maior prevalência de jovens suficientemente ativos na região Norte em comparação com o relatado na literatura para a região Sul e Sudeste. Semelhante a outros estudos, os jovens do sexo masculino são mais ativos.