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O fígado exerce função de detoxificação e metabolização de drogas podendo ser lesado por diferentes agentes hepatotóxicos. A tioacetamida (TAA) é um importante xenobiótico que pode levar à lesões hepáticas pela ação de radicais livres formados na sua detoxificação. A Quercetina é um flavonol encontrado em diferentes alimentos, com possível ação antioxidante, agindo como “scavengers” de radicais livres. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito hepatotóxico da TAA no estresse oxidativo do fígado e o uso da quercetina como antioxidante. Foram utilizadas duas injeções intraperitoneais de TAA na dose de 400 mg/kg em intervalo de oito horas. A Quercetina foi administrada na dose de 50 mg/kg, 30 minutos após a segunda dose de TAA, sendo analisada 24 horas após a indução. Foram utilizados 25 ratos machos Wistar adultos, divididos em 5 grupos: Controle (CO); Controle Carboximetilcelulose (CC); Controle Quercetina (CQ); Tioacetamida (TAA); Tioacetamida com Quercetina (TAA+Q). Ao final do experimento, os animais foram anestesiados, mortos e retirado o fígado para as análises. Foram verificados os níveis de substâncias que reagem ao ácido tiobarbitúrico (TBA-RS) e as enzimas antioxidantes Superóxido dismutase (SOD), Catalase (CAT) e Glutationa Peroxidase (GPx). A análise estatística utilizada foi ANOVA seguida do teste Student-Newman-Keuls (média±EP), sendo considerado significativo quando p<0,05. Foi observado um aumento dos níveis de TBARS no grupo TAA (11.92±0,78 nmol/mgprot, p<0,001) em relação aos grupos CO, CC e CQ (3,44±0,210; 3,48±0,65; 1,79±0,50 nmol/mgprot, p<0,001) e uma redução dos valores no grupo TAA+Q (4.33±1,276 nmol/mgprot, p<0,001) em relação ao grupo TAA. A SOD apresentou uma diminuição significativa nos valores do grupo TAA (54.30±5.42 USOD /mgprot, p<0,001) quando comparados aos grupos CO, CC e CQ (117.54±2.04; 95,44±3,62; 102,01±5,32 USOD/mgprot p<0,001) e uma elevação dos valores no grupo TAA+Q (114,68± 1,93 USOD/mgprot p<0,001) em relação ao grupo TAA. Foi verificado um aumento significativo nos níveis da enzima CAT no grupo TAA (124,76±10,36 nmol/mgprot, p<0,001) em relação aos grupos CO, CC e CQ (63,56±5,08; 53,19±8,59; 60,23±5,65 nmol/mgprot, p<0,001) e uma diminuição significativa no grupo TAA+Q (77,06±6,24 nmol/mgprot, p<0,001) em relação ao TAA. Na atividade da GPx não foi verificada diferença significativa entre os grupos. Este estudo sugere que a administração da Tioacetamida no tempo analisado, produziu um efeito tóxico ao fígado a julgar pelo aumento da  lipoperoxidação e alteração nas enzimas antioxidantes. O uso da quercetina mostrou-se capaz de atenuar o dano induzido pela TAA, possivelmente por agir como um antioxidante neste modelo experimental.