Última alteração: 24-10-2012
Resumo
Os liquens, associação entre algas e fungos, têm sido utilizados como bioindicadores. A pureza do ar é um dos fatores limitantes a sua sobrevivência, sendo que estes organismos vivos mostram alta sensibilidade aos poluentes e ás mudanças microclimáticas, uma vez que retiram a maior parte de seus nutrientes de fontes atmosféricas e apresentam pequena capacidade de regulação de ganho e perda de água. Nesta pesquisa objetivou-se verificar a qualidade do ar através da aferição passiva de liquens como bioindicadores, no município de Cachoeira do Sul, RS. Para a aferição dos três grupos de liquens existentes, sendo estes crostosos, foliosos e fruticulosos, foram quantificados os mesmos, tendo sido utilizado uma tela de acetato contendo 100 quadriculas de 5 x 5 cm disposta sobre os troncos dos exemplares de ipê (Tabebuia sp), identificados na área em estudo e que apresentassem fuste superior a um metro e meio de altura e circunferência mínima de 25 cm. A partir dos dados coletados, foram calculados os valores percentuais para ocorrência de cada grupo. As porcentagens dos dados obtidos em campo foram divididas em 5 classes conforme o grau de cobertura de liquens, baseadas nos estudos de Troppmair (1988), o qual estabeleceu graus de poluição: de 0 a 0,5% de cobertura por liquens - deserto de liquens (poluição muito alta - classe I); de 0,6 a 12%, poluição alta – classe II; de 13 a 25%, poluição média – classe III; de 26 a 50%, poluição fraca – classe IV e de 51 a 100%, sem poluição – classe V. Verificou que houve prevalência dos liquens crostosos, tendo sido encontrado em encontrados em 567 das 569 árvores analisadas. Para os liquens foliosos, a presença se deu em 523 das 569 árvores analisadas. Apenas no grupo dos fruticulosos, o índice foi menor, sendo em 154 das 569 árvores analisadas. Com base nos dados encontrados, verificou-se para a área em estudo, uma qualidade do ar significativa, tendo sido encontrado a classe V para o estudo realizado.