Portal de Eventos da ULBRA., XVIII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

Tamanho da fonte: 
TRATAMENTO CLÍNICO DE LESÕES CUTÂNEAS EM EQUINOS COM PLASMA RICO EM PLAQUETAS (PRP) - RESULTADOS PRELIMINARES
ROSILENE KLUNCK MARTINS, JULIANA PEREIRA MATHEUS, FILIPE SIMEÃO FROHLICH KLUG, TATIANE CHAO FURTADO, EDUARDO MALSCHITZKY, SÉRGIO JOSÉ DE OLIVEIRA, MARIA INÊS WITZ, CRISTINE DOSSIM BASTOS FISCHER, CRISTINA ZAFFARI GRECELLÉ, MARIÂNGELA DA COSTA ALLGAYER

Última alteração: 23-10-2012

Resumo


A abordagem de feridas é um procedimento de rotina para profissionais que trabalham com equinos, visto que suas atividades atléticas predispõe a lesões traumáticas, principalmente em membros, além de problemas com manejo e instalações que muitas vezes não preservam a integridade física dos animais. Considerando que a espécie apresenta características próprias que favorecem a complicação na cicatrização de feridas, torna-se importante o desenvolvimento de novos protocolos que favoreçam uma melhor reconstituição tecidual.  A técnica do PRP propicia um aumento da concentração plaquetária no local da lesão, aumentando fatores de crescimento e citocinas. Realizou-se no Hospital Veterinário da ULBRA o desenvolvimento de um protocolo para obtenção de plasma rico em plaquetas (PRP), tendo como premissa abrir novos horizontes para uso clínico em pacientes. A metodologia é constituída da coleta de 36 mL de sangue total, obtido por venopunção da jugular, e armazenado em tubos estéreis de 3,6 mL contendo anticoagulante a base de citrato de sódio 3,2%. Após homogeneização o sangue foi centrifugado a 200G, durante 20 minutos em temperatura ambiente. Em seguida, foi aspirado todo o plasma da fração superior do tubo, mais o botão leucocitário e uma porção das hemácias, totalizando 0,5mL desta última fração. Efetuou-se mais uma centrifugação do material  aspirado em tubo de vidro estéril sem anticoagulante, a 400G por 10 minutos. Foi aspirado e desprezado ¾ do plasma e mantido no tubo o restante do plasma mais o sedimento celular. A coleta do PRP do plasma restante, somado a uma porção de células que compõem o botão leucocitário e hemácias, representam um volume de aproximadamente 500µL. No  presente estudo, foi utilizado um equino para a realização do protocolo, do qual foi obtida a concentração de 189.000/μL plaquetas no perfil hematológico de sangue total, e no parâmetro hematológico, após o incremento plaquetário, a concentração passou a 694.000/μL. A aplicação de PRP foi infundida neste mesmo animal, no tratamento de uma ferida localizada no membro pélvico esquerdo na altura da articulação tíbio-társica, após o processo de ressecção do tecido proliferativo. A aplicação de PRP contribuiu para uma diminuição da resposta inflamatória, permitindo durante uma semana a ausência de tecido exuberante de granulação, contribuindo para uma cicatrização mais limpa, mantendo um resultado de bordo da ferida mais uniforme. Para cada animal é necessária a adoção de um protocolo de tratamento, mediante os seus parâmetros clínicos específicos. É uma terapia menos invasiva sem efeitos deletérios, e que, por ser autógena, diminui a transmissão de doenças infecto-contagiosas e a ocorrência de reações imunológicas. A importância deste estudo é a confirmação do uso do PRP como tratamento viável a ser instituído na rotina clínica do HV-ULBRA, associado ou não a outros protocolos terapêuticos, como forma de auxiliar na recuperação de feridas e lesões cutâneas em equinos.