Portal de Eventos da ULBRA., XVIII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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PREVALÊNCIA DE INÍCIO DE VIDA SEXUAL E ESTILO DE VIDA EM ESCOLARES ADOLESCENTES DA REDE PÚBLICA DE PORTO VELHO-RO, 2010
Rafaela Brambatti Vanzin, Rafaela Brambatti Vanzin, Denise Aerts, Gehysa Alves, Lilian Palazzo, Sheila Câmara

Última alteração: 23-10-2012

Resumo


No período da adolescência, o jovem atravessa inúmeras transformações do ponto de vista físico e psicológico. A análise do perfil de morbidade desta faixa da população tem revelado a presença de doenças crônicas, transtornos psicossociais, fármaco-dependência, doenças sexualmente transmissíveis e problemas relacionados à gravidez, ao parto e ao puerpério. É nessa fase em que se iniciam os relacionamentos amorosos e as atividades sexuais. Assim, o presente estudo tem como objetivo estudar a prevalência de início de vida sexual ativa (IVS) e sua associação com fatores demográficos e estilo de vida em escolares do 8º ano da rede pública de Porto Velho-RO, em 2010. Este projeto faz parte de um estudo maior, que avaliou a saúde do escolar da rede pública da região Norte do Brasil. O delineamento utilizado foi o de estudo transversal. Foi investigada uma amostra representativa de 996, dos 4667, alunos matriculas na 8ª série do ensino público de Porto Velho. Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram: uma ficha antropométrica; a ficha de percepção da maturidade sexual de Tanner e questionários autoaplicáveis sobre percepção de imagem corporal (BSQ), inserção econômica (ABEP), atividade física e situações de vulnerabilidade (vida sexual e estilo de vida). As associações foram estudadas com o auxílio de razões de prevalência no software Stata 6.0. O projeto maior foi aprovado pelo CEP-ULBRA (251H/2009). Foi observado que 25,5% dos escolares haviam iniciado a vida sexual. Entre esses, 14,6% tiveram 2 ou mais parceiros e 81,3% usavam métodos contraceptivos. Vale ressaltar que 90,1% do total de jovens relataram ter recebido na escola informações sobre gestação e 92,8% sobre DSTs. Os meninos tiveram uma prevalência de IVS 2,5 vezes maior do que as meninas. No que se refere ao estilo de vida, os adolescentes que praticam 300 minutos ou mais de atividade física semanal têm 54,0% mais iniciação sexual quando comparados com os jovens que não tem esse hábito.  Além disso, os que tiveram contato com bebidas alcoólicas ou tabaco têm, em média, duas vezes mais iniciação sexual do que seus pares de referência. Já os que consumiram drogas ilícitas pelo menos uma vez na vida têm 3,4 vezes mais iniciação sexual do que os jovens que nunca tiveram essa experiência. Não foram encontradas associações entre IVS e cor de pele, inserção econômica, estado nutricional, maturidade sexual e preocupação com a imagem corporal. Ainda que os resultados sejam preliminares, observa-se importante diferença no comportamento sexual de meninos e meninas. Essa situação determina que a escola, ao trabalhar com as questões referentes a essa temática, deva iniciar essas atividades mais precocemente, a fim de preparar os jovens do sexo masculino para sua iniciação. Além disso, a associação entre IVS e experiência com drogas lícitas e ilícitas aponta a necessidade de que os programas de promoção da saúde do escolar privilegiem a discussão sobre um estilo de vida mais saudável.