Em março de 2009 o vírus de influenza A H1N1pdm09 disseminou-se pelo mundo levando a ocorrência da mais nova pandemia de gripe. No Rio Grande do Sul (RS) durante os anos de 2009 a 2012 foram confirmados 4.210 casos. O objetivo deste estudo foi caracterizar o vírus H1N1pdm09 que circulou durante estes anos no RS comparando com aqueles que estavam distribuídos no mundo. Para tanto foram analisadas sequências do gene de neuraminidase de 2009 (140), 2011 (105) e 2012 (117), sequenciadas no Laboratório de Diagnóstico Molecular da ULBRA e comparadas com sequências disponíveis no genbank. As sequências de neuraminidase mostraram-se filogeneticamente muito semelhantes entre si (~98%), com algumas pequenas alterações consistentes de aminoácidos, que permitiu a identificação de padrões distintos. Verificou-se que as amostras que circularam no mundo durante o ano da pandemia (2009), estavam relacionadas com dois padrões principais denominados 2009-I e 2009-II. Das 140 amostras deste ano sequenciadas no RS, todas foram compatíveis com 2009-I. A análise das sequências do genbank demonstrou que este genótipo foi o mais disseminado no mundo, enquanto o genótipo 2009-II estava restrito na América do Norte. O genótipo 2009-I circulou na Europa e na América do Norte nos anos de 2010 e 2011, mas não foi mais encontrado em 2012. O genótipo 2009-I foi encontrado no RS em 2011 em baixa frequência (5,7%) e não foi mais detectado em 2012. Três genótipos foram encontrados no RS em 2011, e foram denominados genótipos 2011-I, II e III.  O primeiro representou 40% dos casos no RS, e análise do genbank demonstrou que o mesmo já tinha circulado em 2010 na Ásia, América do Norte, Europa e Oceania. Recirculou em 2011 nos mesmos continentes, além de alguns países da América do Sul. Este genótipo não foi encontrado nas sequências de 2012 do genbank, porém foi o grupo mais prevalente neste ano no RS (81,2%). O segundo padrão mais frequente no RS no ano de 2011 foi o 2011-II (36,2%), foi também encontrado no Genbank em sequências da América do Norte, Ásia, Europa e Oceania em 2010. No ano de 2011, estas sequências foram encontradas nos mesmos continentes além da América do Sul. O clado 2011-III representando 14,3% das sequências do RS também foi identificado na Europa, América do Norte e Ásia nos anos de 2010 e 2011, como também na Oceania e África em 2011. Em 2012, o genótipo 2012-I foi detectado no RS em 17,9% dos casos. Este foi detectado na Europa, Ásia e América do Norte em 2010 e 2011. Neste segundo ano, este genótipo circulou também na América do Sul. No ano de 2012 este genótipo circulou também América do Sul e Norte. A análise dos padrões genotípicos deste estudo permitiu acompanhar a fantástica disseminação deste patógeno pelo mundo. Desta forma, fica evidenciado que todos os padrões encontrados no Rio Grande do Sul circularam previamente em outros continentes.