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INVESTIGAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO ENTRE O POLIMORFISMO TP53 ARG72PRO (rs1042522) E CÂNCER CERVICAL EM MULHERES GAÚCHAS
Última alteração: 25-10-2013
Resumo
O câncer cervical (CC) é uma das neoplasias mais comum entre as mulheres do mundo, sendo o papilomavírus humano (HPV, human papillomavirus) reconhecido como agente etiológico pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A progressão da infecção pelo HPV para lesões no colo uterino está diretamente relacionada a fatores de risco ambientais e genéticos (virais ou humanos). Os fatores ambientais que aumentam o risco das mulheres desenvolverem CC (ligados ao comportamento sexual, tabagismo, consumo de álcool, etc) têm sido bastante estudados, já a contribuição dos fatores genéticos (principalmente humanos) ainda não está bem estabelecida. Polimorfismos de nucleotídeo único (SNP, single nucleotide polymorphisms) no gene TP53 têm sido associados à progressão para CC, pois modificam a síntese e conformação da proteína p53 (supressora tumoral). Estudos anteriores com mulheres da América central apontam resultados controversos da associação do SNP rs1042522 com CC. O presente estudo teve como objetivo investigar a associação deste SNP, que causa a alteração Arginina (Arg) / Prolina (Pro) no códon 72 da sequência de aminoácidos da p53 com a progressão para CC em mulheres gaúchas. O delineamento do estudo foi de caso-controle. A metodologia consistiu na aplicação de inquérito epidemiológico e obtenção de amostras de 55 mulheres em tratamento para CC no Centro de Alta Complexidade em Oncologia (CACON) de Ijuí-RS (grupo caso), e 41 mulheres regularmente atendidas, sem histórico de CC, em um programa de acompanhamento de saúde da mulher da cidade de Cruz Alta-RS (grupo controle). As amostras foram submetidas ao procedimento de extração de DNA genômico (uso de amostras cervicais e/ou suabes orais) pelo método de adsorção em sílica e após o SNP rs1042522 foi analisado pela técnica da reação em cadeia da polimerase (PCR, Polimerase Chain Reaction) seguida de digestão com a enzima de restrição Bst UI (sítio de reconhecimento CCGG, onde o G representa o local do SNP) e análise em gel de poliacrilamida. As frequências alélicas e genotípicas foram calculadas e comparadas estatisticamente pelo teste qui-quadrado. A análise dos dados sócio-demográficos demonstrou que não houveram diferenças estatísticas entre os casos e controles com relação à idade, sexarca, número de parceiros e filhos. Os resultados laboratoriais demonstraram frequências alélicas de 73% (casos) e 68,3% (controles) para o alelo G (Arg) e complementarmente de 27% (casos) e 31,7% (controles) para o alelo C (Pro). As frequências genotípicas observadas foram 55% GG (Arg/Arg), 36% GC (Arg/Pro) e 9% (Pro/Pro) no grupo caso, e 48,8% (Arg/Arg), 39% GC (Arg/Pro) e 12,2% (Pro/Pro), ambas em equilíbrio de Hardy-Weinberg e sem diferença estatística significativa (p=0,775). Estes resultados demonstram que não foi observada uma associação entre o SNP rs1042522 e CC em mulheres gaúchas, considerando o número amostral analisado nesta população.
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