Portal de Eventos da ULBRA., XIX SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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Sinais Clínicos e Diagnóstico Precoce de Cinomose Canina
Aline Makiejczuk, Cristine Dossin Bastos Fischer, Nilo Ikuta, Marco Aurélio Torres Silveira Jr, Fernanda Kieling Moreira Lehmann, Vagner Ricardo Lunge

Última alteração: 29-10-2013

Resumo


O vírus da cinomose canina (CDV, canine distemper virus) é o agente etiológico de uma severa doençainfecciosa de canídeos com elevada mortalidade. O diagnóstico clínico precocede cinomose canina é difícil, pois a doença cursa com sinais clínicosmulti-sistêmicos (dermatológicos, oftálmicos, respiratórios, gastrointestinaise neurológicos), os quais aparecem em conjunto ou de forma individual. Embora avacinação seja realizada em muitos animais, existem relatos recentes decinomose em cães domésticos (vacinados ou não). Estudos recentes demonstram queestes casos são causados por cepas do genótipo Europa 1/ América do Sul 1 comampla disseminação na América do Sul. Este trabalho teve como objetivo avaliaros sinais clínicos presentes em cães com suspeita inicial de infecção por CDV(submetidos à confirmação laboratorial) visando à caracterização dos recentesepisódios e definição de critérios para o diagnóstico clínico precoce dacinomose. A população do estudo foi de 172 cães atendidos em primeira consultano Hospital Veterinário da ULBRA nos anos de 2010 e 2011. Todos os animaisforam examinados clinicamente (aferição da temperatura retal e avaliação dosprincipais sinais clínicos sistêmicos) e testados para a presença de CDV porensaio rápido (Anigen Kit) e pela técnica da Reação em Cadeia da Polimerase(PCR) do gene do Nucleocapsídeo (N). O genótipo do CDV foi determinado em 43amostras positivas pela técnica de PCR e seqüenciamento do gene daHemaglutinina (H).  Os resultados foramanalisados classificando os cães em positivos e negativos (86 animais porgrupo), com as informações clínicas comparadas estatisticamente pelo testequi-quadrado. Os dados mostraram que a febre foi mais comum entrecães positivos (38,4%) do que negativos (18,6%) para CDV (P<0,05). Entre ossinais clínicos, os oftalmo-respiratórios (principalmente conjuntivite) foimuito mais frequente em cães positivos (80,2%) do que negativos (40.7%)(p<0,001). Sinais dermatológicos também apresentaram maior freqüência nogrupo positivo (36%) do que no negativo (15.1%) (p<0,05). Os sinaisgastrointestinais e neurológicos não apresentaram frequências estatisticamentediferentes entre os animais dos grupos negativo e positivo. No entanto foiobservada diferença entre neuropatias específicas, como as mioclonias queocorreram com maior frequência em animais CDV positivos (51,5%) do quenegativos (6.2%) (p<0,001). Todas as 43 amostras positivas genotipadaspertenciam ao genótipo Europa 1/América do Sul 1. Este estudo sugere que ogenótipo de CDV associado aos episódios atuais de cinomose parece estar associadoa sinais iniciais oftalmo-respiratórios, com destaque para a conjuntivite. Aobservação específica destes sinais clínicos em uma consulta inicial pode serfundamental para o diagnóstico clínico precoce de cinomose em animaisinfectados pelo CDV.

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