Qualidade de vida e atividade física encontram-se intimamente relacionadas. A prática de atividade física traz benefícios para a saúde, desestimulando o uso de drogas, álcool, tabagismo, reduzindo a violência e colaborando para a adoção de estilo de vida saudável. A adolescência é um período de mudanças físicas, psíquicas e sociais, propício para o início da prática de atividades físicas. Este trabalho teve como objetivo estudar a prevalência de atividade física e fatores associados entre adolescentes escolares da rede pública da região norte brasileira. Foi realizado estudo transversal, intitulado “A Saúde do Escolar da Rede Pública de Ensino na Região Norte – Brasil”, nas cidades de Ji-Paraná e Porto Velho, em Rondônia, e Santarém, no Pará. Foram investigados 2250, sendo que 2222 tiveram dados válidos referentes à prática de atividade física.  Os dados foram coletados em sala de aula com instrumentos autoaplicáveis: 1) questionário Internacional de Atividade Física (IPAC), associado à classificação econômica da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP); 2) questionário referente a características familiares, psicossociais e estilo de vida, baseado no Global School-Based Student Health Survey; e 3) body shape questionnaire (BSQ), avaliando a percepção da imagem corporal. Foi, também, realizada a antropometria possibilitando a classificação do estado nutricional segundo o índice de massa corporal. O estudo encontra-se em fase de análise dos dados com o teste do qui-quadrado de associação. Em relação à prática de atividade física, os jovens foram categorizados em fisicamente ativos (> 300 min./semana) e não suficientemente ativos (<300 min./semana). Os resultados são ainda preliminares. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos e Animais da ULBRA (n. 2009-251HF). A análise descritiva apontou que 54,0% eram suficientemente ativos (> 300 min/semana), 27,1% praticavam entre 299 e 150 min/semana e 18,9% era insuficientemente ativos. Os meninos são mais ativos do que as meninas (71,3% x 40,4%, p< 0,001) e existe tendência linear de aumento das atividades físicas com o aumento da idade (p < 0,001). Os jovens satisfeitos com sua imagem corporal são mais ativos (p<0,001), assim com os que já tiveram sua primeira relação sexual (p<0,001). Em relação ao uso de drogas lícitas e ilícitas, somente o consumo de cigarro esteve associado ao desfecho. Tanto os jovens que já fizeram uso na vida quanto os que fumaram nos últimos 30 dias foram os que relataram a prática de atividade física em níveis adequados (p<0,001). Ainda que os resultados sejam preliminares, verifica-se que mais da metade dos jovens apresenta uma vida fisicamente ativa. Encontrou-se associações que merecem ser mais exploradas, como a prática de atividade física e o consumo de tabaco. De qualquer forma, a escola apresenta importante papel na vida do escolar, podendo contribuir para a aquisição de hábitos saudáveis de vida.