Portal de Eventos da ULBRA., XIX SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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AVALIAÇÃO DA GENOTOXICIDADE EM AGRICULTORES EXPOSTOS A AGROQUÍMICOS DURANTE A COLHEITA DO FUMO
Elisiane Lima de Freitas, Fernanda Rabaioli da Silva, Jodel Alves, Juliana Moysés Reyes, Mariana Merino Londero, Maristela Pains, Juliana da Silva

Última alteração: 29-10-2013

Resumo


Atualmente o Brasil é o segundo produtor mundial de tabaco. Frequente exposição aos agroquímicos representa um risco em potencial aos agricultores durante o cultivo de fumo. Alguns cuidados com a proteção individual dos fumicultores devem ser tomados para evitar intoxicações agudas e crônicas, como o uso de Equipamentos de Proteção Individuais (EPIs), que deve ser imprescindível. Além da exposição aos pesticidas orgânicos e inorgânicos utilizados para tratar as plantas de tabaco, há à exposição à mistura complexa de substâncias químicas presentes nas folhas de tabaco no período de colheita, em destaque, a nicotina. Com o objetivo de detectar alterações genéticas causadas pela exposição aos agrotóxicos usados na cultura do fumo, e ao contato com as folhas de fumo durante a colheita, foi realizada avaliação da genotoxicidade em fumicultores de Santa Cruz do Sul-RS utilizando o Ensaio Cometa, em sangue periférico. Foram coletadas amostras de 37 indivíduos controle (sem exposição a agentes genotóxicos) e 70 fumicultores (expostos a pesticidas sintéticos e naturais) e submetidas ao Ensaio Cometa Alcalino. Imagens de 100 células aleatoriamente selecionadas (50 células de cada uma das duas lâminas replicadas) foram analisadas/ indivíduo. As imagens observadas ao microscópio foram classificadas em classes de danos ao DNA, de acordo com a forma da cauda e tamanho do nucleóide (imagem na forma de cometa). Para calcular o Índice de Dano (DI), as células foram visualmente classificadas em uma de cinco classes com base no tamanho da cauda (0 = nenhuma cauda e 4 = máximo de comprimento da cauda). Esta classificação resultou em uma pontuação de danos de DNA que pode variar de 0 (intacta = 0 x 100 células) a 400 (o máximo dano = 4 x 100 células)/ indivíduo. A frequência da lesão (DF,%) foi calculada para cada amostra com base no número de células com caudas versus as sem caudas. No grupo dos fumicultores a média para DI foi de 57,7± 13,8 e DF 34,4± 7,2, já no grupo controle o DI foi de 10,7 ± 7,7 e a DF 7,3 ± 4,9. Ao avaliarmos os resultados obtidos para o grupo dos fumicultores, este apresentou aumento de danos ao DNA significativamente maior quando comparado ao grupo controle (P<0,001, teste Mann Whitney). Estes fumicultores são expostos a compostos classificados pelo WHO (World Health Organization) como perigosos, exemplo, os glifosatos. Os elementos inorgânicos (zinco, magnésio, alumínio e cloro) – medidos pelo método PIXE, nas amostras de sangue de indivíduos expostos, apareceram em maior valor do que nos indivíduos não expostos, elementos estes presentes na fórmula molecular de diversos pesticidas aos quais os trabalhadores são expostos. Nossos resultados indicam que a mistura complexa a qual os agricultores estão expostos, compostos químicos na produção de tabaco e a nicotina presente nas folhas, aumentam os níveis de lesão ao DNA em células somáticas, sugerindo um risco à saúde dos fumicultores, e este achado pode estar relacionado com o não uso de EPIs.

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