Última alteração: 25-10-2013
Resumo
A imagem corporal pode ser compreendida como a representação mental que o sujeito faz sobre o seu corpo, envolvendo sentimentos, crenças e sensações. Existem duas dimensões da imagem corporal: uma perceptiva, relacionada ao julgamento sobre a forma e o tamanho do corpo, e outra atitudinal, que engloba o afeto e a cognição. Os adolescentes sofrem com a pressão cultural para ter um corpo idealizado e quanto maior o distanciamento da imagem real, maior a probabilidade de insatisfação, podendo desencadear quadros de transtornos alimentares. Este estudo, de base escolar, visou avaliar a relação entre a experiência de afetos positivos e negativos e a regulação emocional e a satisfação com a imagem corporal. Participaram deste estudo 996 adolescentes escolares da região metropolitana de Porto Alegre, RS, dentre os quais 55,4 % eram do sexo feminino. As idades variaram de 12 a 19 anos (m=14,2; DP=1,22). A coleta de dados foi realizada no contexto escolar, após aprovação das escolas e consentimento expresso dos pais dos alunos. Como instrumentos foram utilizados: inquérito sociodemográfico, Comportamentos de Saúde entre Escolares (Health Behavior in Schoolchildren) para avaliar satisfação com a imagem corporal, PANAS (Positive and Negative Affect Schedule) que é uma escala de afetos positivos e negativos e TMMS 24 (Trait meta-mood scale) que avalia níveis de inteligência emocional em termos de atenção, clareza e reparação de emoções. As análises utilizadas foram: análise univariada e análise inferencial (correlação de Pearson). Os resultados apontaram que os adolescentes com menor satisfação com a imagem corporal e que se avaliavam como mais gordos em comparação com seus pares experimentaram os afetos de nervosismo, incomodação, falta de esperança, sentimento de que tudo é uma obrigação, auto-desprezo e sentimento de inutilidade, da mesma forma apresentam menor clareza e reparação emocional. Neste sentido, é possível perceber o quanto sofrem com as pressões sociais que lhe são impostas e o quanto se torna necessário que sejam realizadas intervenções por profissionais da área da saúde para prevenir futuros transtornos alimentares.