A distoclusão pode determinar alterações na mastigação e respiração, problemas estéticos e emocionais, além de influenciar na qualidade de vida. O objetivo deste estudo foi identificar os fatores associados à ocorrência de distoclusão em pré-escolares do sul do Brasil. A amostra deste estudo transversal foi composta por 1.026 crianças de 2 a 5 anos de idade matriculadas nas Escolas Municipais de Educação Infantil de Canoas-RS. Foi realizada entrevista com os pais para coleta de dados demográficos, socioeconômicos e comportamentais. Distoclusão foi registrada a partir de exame clínico realizado por seis examinadores calibrados e considerada quando a cúspide do canino superior estivesse em uma relação anterior à superfície distal do canino inferior em oclusão cêntrica. Para análise estatística, foi realizado teste qui-quadrado. A prevalência de distoclusão foi de 36,5% (375/1026), sendo maior em crianças de menor idade (p=0,003), de raça branca e parda (p=0,040), com menor tempo de aleitamento materno (p<0,001) e que usavam chupeta (p<0,001) e mamadeira (p<0,001). Nenhuma das variáveis socioeconômicas estiveram associadas ao desfecho. Concluiu-se que a orientação em relação ao tempo de uso da chupeta apresenta potencial de contribuir para diminuição da distoclusão e suas consequências em crianças pré-escolares.