Última alteração: 01-11-2013
Resumo
O tecido ósseo é composto pela matriz extracelular e por células ósseas. A principal função das unidades ósseas multicelulares no esqueleto adulto é mediar o rejuvenescimento do tecido. Células-tronco derivadas de tecido adiposo (Adipose Stem Cell - ASC) são encontradas na fração vascular estromal do tecido adiposo como sendo células capazes de diferenciação in vitro em vários tipos celulares, incluindo osteoblastos. Atualmente, a Medicina Regenerativa aposta esforços na associação de biomaterias e células-tronco. As galactomananas (GM) são polissacarídeos heterogêneos obtidos a partir do endosperma de sementes de várias dicotiledôneas e podem ser usados na composição de biomateriais. O presente projeto visa padronizar a associação das ASC de ratos Lewis com o biomaterial GM e testar sua citotoxidade. Os polímeros são GM pura, gelatina pura e GM diluída em gelatina nas concentrações de GM de 0,1%; 0,3% e 0,5%. As ASC foram obtidas da região inguinal de ratos Lewis e cultivadas in vitro. Em seguida, ASC foram diferenciadas (diferenciação adipogênica, osteogênica e condrogênica), associadas aos biomateriais e testadas quanto o capacidade de adesão celular. Os polímeros de GM foram testados quanto à sua possível citotoxicidade por teste de contato direto usando células L929 por 24h e 48h segundo normas da ISO 10993-5. A adesão celular foi feita usando 3x105 células com tempo de incubação de 3 horas sob 2 cm2 do biomaterial. As ASC isoladas são capazes de proliferar e diferenciar in vitro (controle, adipo-, condro-, osteogênese) em ambiente bidimensional. Quantos aos polímeros de GM, eles não se mostraram citotóxicos. As ASC aderiram aos polímeros em diferentes concentrações de GM nas seguintes taxas: 97,36% em gelatina pura; 98,56%; em GM 0,1%; 98,2% em GM 0,3%; 93,95% em GM 0,5% e 99,06% em GM pura. Galactomanana apresentou ótimo potencial para ser aplicado na engenharia de tecidos por não se mostrar citotóxico e, nele, as ASC apresentaram boa taxa de adesão. As células serão caracterizadas quanto à expressão gênica e proliferação sob os polímeros de GM. Com estes dados, poderemos definir as concentrações de GM mais adequadas para serem associadas às ASC que serão induzidas à diferenciação osteogênica e implantadas lesões ósseas in vivo.