Última alteração: 29-10-2013
Resumo
Morinda citrifolia Linn, conhecida popularmente como noni, é uma planta nativa da região do sudeste asiático que pertence à família Rubiaceae. Todas as partes da planta são utilizadas na medicina popular pelos indígenas polinésios, para o tratamento de inúmeras doenças. O tratamento se efetiva, pois os componentes bioativos da planta poderiam estimular o sistema imunológico a combater os antígenos como fungos, bactérias e vírus. Ainda assim, existem poucos estudos relacionados à semente dessa planta, os quais, em sua maioria, tratam sobre os valores de ácidos graxos. As sementes secas do noni representam cerca de 2,5% do peso total do fruto e somente na Polinésia Francesa, no ano de 2007, o descarte das sementes do noni foi superior a 150 toneladas. Sendo, as sementes, a forma de dispersão, muito provavelmente apresentem várias proteínas tóxicas que atuarão na sua defesa contra patógenos. Portanto, é importante avaliar a presença de potenciais fatores antifúngicos e inseticidas de natureza proteica, em extratos de folhas e sementes de noni (Morinda citrifolia Linn), entre os quais, lectinas, inibidores de tripsina e ureases, pensando em possíveis aplicações biotecnológicas. Extratos aquosos utilizando-se e sementes foram preparados em NaPB 20 mM, pH 7,5 contendo 10 mM de β-mercaptoetanol para extração das proteínas solúveis. Após agitação por 2 horas à temperatura de 4°C os homogenados serão filtrados e centrifugados a 4000 rpm por 5 minutos a uma temperatura de 4°C. A quantificação das proteínas presentes no extrato será realizada através do Método de Bradford (1976). Os insetos que serão utilizados nos testes de entomotoxicidade são Dysdercus peruvianus. Os fungos a serem utilizados nos testes de inibição de crescimentos serão: Penicillium herquei, Rhizoctonia solani, Saccharomyces cerevisae e Candida tropicalis, gentilmente cedidos pela Profª Drª Célia Regina Carlini (UFRGS). A presença de urease nos extratos vegetais será avaliada pelo método fenol-nitroprussiato. Através da atividade hemoaglutinante verificaremos a possível presença de lectinas nos extratos. Usando-se BAPNA e azocaseína, avaliaremos o possível efeito inibitório de tripsina. Em ensaios preliminares obtivemos extratos de folhas numa concentração proteica de 1,46 µg/µL e de sementes numa concentração de 2,24 µg/µL. Também foi possível detectar a presença de atividade ureásica no extrato de sementes, na ordem de 5,44 U/mg.min., indicando dessa forma, que provavelmente as sementes de noni possuem ao menos uma isoforma de urease. Nas próximas etapas do trabalho pretendemos avaliar os efeitos entomotóxicos e fungicidas dos extratos obtidos de folhas e sementes.