A Acácia Negra, árvore cultivada no Rio Grande do Sul, considerada alternativa para problemas sociais e uma importante fonte de economia; é uma cultura que apresenta diversas características funcionais e possui substâncias relevantes para uma provável sustentabilidade. Empresas como a Tanac S.A. realizam a retirada de substâncias como o tanino, que é utilizado para a fabricação de alguns produtos de um modo sustentável, como o adesivo e o couro. A Tanac S.A., responsável pela fabricação de produtos com base no tanino, vêm apresentando dificuldades para a fabricação do couro devido a estrutura molecular do tanino que apresenta grupos hidroxilas (OH) em posições orto, o que leva à oxidação com grande facilidade, resultando em quinonas escuras, dificultando assim aplicações nos diversos processos na empresa, bem como uma maior aplicabilidade. Portanto, o objetivo da pesquisa, é analisar os componentes extraídos com solventes de diferentes polaridades, e na medida do possível desencadear alterações na composição química da substância extraída, substituindo as hidroxilas por grupamentos não oxidáveis. Resultados esses poderão viabilizar a fabricação do couro por um meio sustentável, o que também contribuirá de uma forma ecológica para o planeta, bem como conduzir a novas aplicações. As metodologias para extrações foram a utilização da extração direta e da extração com soxhlet. Os solventes empregados foram hexano, acetato de etila, etanol e água destilada. No modo de extração direta foi avaliada a composição do extrato em diferentes temperaturas (60ºC, 70ºC, 80°C, 90°C e 100°C). Para as amostras extraídas avaliou-se, além do rendimento, a composição do teor de polifenóis por espectrofotometria visível (método Folin-Ciocalteau) e por espectrofotometria no infravermelho (FT-IR). Os resultados obtidos não mostram diferenças significativas no rendimento de extração em função da temperatura. Considerando a massa da casca de acácia seca, é possível concluir que o rendimento entre as temperaturas de 60°C e 100°C foi na faixa de 32 % a 46%. Verificou-se uma grande diferença entre o rendimento de extrato nos diferentes solventes. Conclui-se  que em solventes apolares, como o hexano, o rendimento em polifenóis é bastante baixo e o aumento da polaridade do solvente, leva a um aumento do rendimento desses compostos no extrato. Para confirmar que quanto maior a polaridade maior o poder de extração de polifenóis, procedeu-se análise FT-IR. Na avaliação dos espectros obtidos observou-se que nos os extratos com solventes polares, água e etanol, há a presença de uma banda de hidroxila intensa associada às hidroxilas de polifenóis. No caso do espectro do extrato obtido a partir de hexano, apolar, esta mesma banda não aparece, caracterizando a ausência de polifenóis. Supõe-se que extraiu-se somente ceras, óleos ou outros compostos apolares. Sínteses a partir do extrato de tanino vêm sendo realizadas e os produtos obtidos estão em fase de caracterização.