Nos últimos anos tem-se visto uma vasta adesão pelo sistema de apostilado nas redes públicas de ensino. A  compra destes materiais didáticos, apresenta, muitas vezes, um pacote que inclui também a formação docente e o sistema de avaliação. Tem-se então, uma problemática: Como essas apostilas têm chegado às redes públicas de ensino? No sul do país, região metropolitana de Porto Alegre, temos percebido, no período de 2019 a 2023, uma ampliação da adesão do sistema de apostilado, parecendo essa ampliação estar vinculada à implementação da Política Nacional da Alfabetização (BRASIL, 2019). Essa pesquisa, considerando os aspectos expostos, objetiva discutir, contextualizar e analisar a  emergência  do Sistema  Apostilado  de Ensino -  Vamos Aprender a ler, destinado à Educação Infantil na rede municipal de ensino de Canoas/RS com vistas a problematizá-lo. A metodologia de pesquisa está situada no campo dos Estudos Culturais e  caracteriza-se como um estudo qualitativo com foco descritivo-analítico. A  metodologia empregada contempla a análise cultural do Sistema Apostilado de Ensino  - Vamos Todos Aprender a Ler (ALMEIDA; NAVAS, 2021) - Pré-escola I  e II. A análise empreendida do material tem evidenciado como esse material didático impacta o currículo da Educação Infantil, definindo o que deve ser ensinado e ordenando os saberes a partir de uma proposta didática em que o trabalho de apropriação do sistema de escrita alfabética está sendo desencadeado pela sequenciação de atividades que envolvem o estudo das unidades linguísticas (som e letra) através de um trabalho de repetição, tendo a instrução fônica como ênfase metodológica. Pode-se, assim, observar que o processo de aprendizagem da leitura e da escrita está associado apenas a proposta didática que privilegia a repetição, a memorização e a cópia de modelos, em detrimento de uma proposta didática de alfaletrar.