Última alteração: 21-10-2023
Resumo
Componentes protéticos representam o elo entre implante e coroa protética, sendo de fundamental importância para a saúde peri-implantar. Agentes patógenos podem acompanhar componentes vindos de laboratórios protéticos, sendo a desinfecção uma etapa importante para prevenir a contaminação cruzada. O presente estudo avaliou a presença de microrganismos sobre pilares protéticos utilizados em próteses sobre implantes e a capacidade de desinfecção por agentes antimicrobianos. Sessenta pilares provenientes de três laboratórios foram utilizados após o processo de confecção de coroas unitárias. Para avaliar a contaminação, os pilares foram depositados em tubos de ensaio contendo caldo BHI (Brain Heart Infusion), em seguida foram removidos dos tubos e desinfectados com Digluconato de Clorexidina 2% (n=30 – grupo 1 CL) e com radiação UV-C (n=30 – grupo 2 UV). Posteriormente, o material contido nos tubos foi repicado para placas de petri com meio de cultura Ágar BHI. Após esta etapa, as placas foram acondicionadas em estufas bacteriológicas por 72 horas a uma temperatura de 37ºC a fim de promover o crescimento de UFC/ml (unidades formadoras de colônias por mililitros). Na sequência, foi analisada a presença ou não, como também a quantidade de UFC/ml antes e após a desinfecção, além disso, realizou-se a identificação dos microrganismos. Foi possível observar a contaminação em 83% dos pilares protéticos, sendo o Enterococcus faecalis o microrganismo mais frequente, seguido de Staphylococcus epidermidis. Após a desinfecção, houve redução de 92% e 93% dos pilares contaminados respectivamente aos grupos UV e CL, (Z= -4,373; p<0,001). Ainda foi analisado, comparativamente, os grupos UV e CL em relação ao processo de contaminação e desinfecção, não sendo encontrada diferença significativa entre os grupos (p<0,05). Foi possível concluir que 83% dos pilares estavam contaminados, e a desinfecção ocorreu nos dois grupos sem ter havido diferença estatística entre eles. Foram encontradas 17 espécies de microrganismos, sendo Enterococcus faecalis e Staphylococcus epidermidis os de maior frequência.