Última alteração: 24-10-2023
Resumo
O diabetes mellitus é uma doença crônica de alta complexidade, com implicações substanciais na qualidade de vida dos indivíduos afetados. Nos últimos dez anos, sua prevalência aumentou signficativamente, classificando-se entre as principais doenças crônicas não transmissíveis. A despeito da inexistência de cura, é possível alcançar controle da doença mediante abordagens farmacológicas e não farmacológicas. Diferentes classes de agentes antidiabéticos orais estão disponíveis e são extensivamente empregados globalmente; contudo, persistem incertezas quanto à sua segurança em termos de mutagenicidade e carcinogenicidade. Este estudo objetivou analisar a atividade genotóxica dos antidiabéticos empagliflozina (0,75; 1,5; 3,0; 6,0 e 12 mg/mL), linagliptina (0,15625; 0,3125; 0,625; 1,25 e 2,50 mg/mL), pioglitazona (6,0; 12,0; 24,0; 48,0; 72,0 mg/mL) e da combinação empagliflozina/linagliptina (1,5/0,3; 3,0/0,6; 6,0/1,2; 12,0/2,4 e 24,0/4,8 mg/mL), utilizando o Teste para Detecção de Mutação e Recombinação Somática (SMART) em D. melanogaster. Foi utilizado o cruzamento padrão, que apresenta níveis basais de enzimas de metabolização do tipo citocromo P450 (CYP450). Os resultados obtidos mostraram que a empagliflozina, a linagliptina e a sua combinação não induziram aumento na frequência de danos genéticos nas concentrações avaliadas. Por outro lado, apenas a concentração mais elevada da pioglitazona (72 mg/mL) gerou aumento na frequência de danos. O potencial genotóxico da pioglitazona pode ser atribuído à sua habilidade em induzir dano oxidativo no DNA via geração de espécies reativas de oxigênio.
Palavras-chave: antidiabéticos orais; diabetes mellitus; mutação; recombinação