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Os felinos podem ser acometidos por diversos agentes hemoparasitários, dentre eles destaca-se o Cytauxzoon sp. por sua alta mortalidade. Caracteriza-se por ser um protozoário intraeritrocitário que possui os carrapatos das espécies Amblyoma americanum e Dermacentor variabilis como vetores. No Brasil, apenas um caso foi descrito em 1988, em um felino selvagem. Relata-se o caso de um felino, fêmea, raça Sphynx, com um ano de idade, atendido em um Hospital Veterinário na cidade de Porto Alegre, RS. O responsável relatava no atendimento que a paciente apresentava prostração e apetite seletivo e que a mesma havia sido importada da Rússia há dois meses com a finalidade de ser matriz em um gatil. Ao exame físico pôde-se observar temperatura retal de 38,2°C, frequência cardíaca de 130 batimentos por minuto, as mucosas estavam pálidas, havia desidratação de grau 6%, sem presença de ectoparasitos visíveis. Foi solicitado hemograma completo no qual constatou-se anemia normocítica normocrômica (hematócrito de 11%, VCM de 41,67fL e CHCM de 33,47 g/dL) e leucocitose por neutrofilia (leucócitos 30.300/ µL; neutrófilos segmentados 27.876/ µL). Foi indicada transfusão sanguínea e autorizado o tratamento com antibioticoterapia domiciliar a base de Doxiciclina. A paciente retornou após quatro dias com piora de sinais clínicos, apresentando esforço ventilatório. Foi solicitada radiografia torácica que demonstrou uma opacificação de padrão intersticial, quando foi indicada internação, nova transfusão sanguínea e pesquisa em painel para anemia felina, por PCR qualitativo, que resultou reagente para Cytauxzoon spp. A paciente teve piora do quadro e foi a óbito após cinco dias do diagnóstico, confirmando o diagnóstico de cytauxzoonose.