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O Brasil é o 2° maior produtor e exportador de tabaco do mundo.O cultivo do tabaco na região sul do Brasil tem grande importância socioeconômica, com 566 municípios cultivando a planta entre os estados do Rio Grande do Sul (RS), Santa Catarina e Paraná, envolvendo mais de 220.000 famílias.Durante a colheita e classificação, os fumicultores estão expostos a diferentes agentes químicos, mas principalmente à nicotina e às nitrosaminas específicas do tabaco. Este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos genotóxicos causados pela exposição ocupacional ao tabaco, na época de colheita e classificação das folhas secas, através do teste de micronúcleos em mucosa oral e ensaio cometa. Foram avaliados 241 indivíduos de cinco cidades da região central do RS, sendo 85 indivíduos do grupo controle, 84 durante a colheita e 72 na classificação do tabaco seco. As células da mucosa oral foram coletadas com o auxílio de escova cytobrush e as amostras de sangue foram coletadas por punção venosa em vacuntainers. No teste de mucosa oral, foram avaliados as frequências de micronúcleos (MN), células binucleadas (BN) e brotos nucleares (NBUD) em 2.000 células/indivíduos. No ensaio cometa foram avaliadas 100 células por indivíduo, considerando as cinco classificações de dano (classe 0 à classe 4). Os resultados demonstraram aumento significativo de células com MN, e BN e danos ao DNA pelo ensaio cometa no grupo de classificação em relação ao grupo controle. O ensaio cometa também demonstra aumento de danos ao DNA para o grupo de colheita em relação ao controle. Esses resultados demonstram que a exposição ao tabaco nas diferentes épocas do cultivo causa potenciais riscos à saúde dos indivíduos expostos à nicotina, principalmente durante a colheita, e nitrosaminas específicas, principalmente durante a classificação das folhas secas.