Última alteração: 08-11-2022
Resumo
Anticorpos são as principais forma de defesa do corpo humano contra infecções. O Sars-CoV-2 é um vírus de RNA de fita simples que tem diversas proteínas de superfícies responsáveis pela replicação viral e a entrada do vírus nas células. O sistema imunológico produz anticorpos IgG e IgM para Proteína S, Proteína M, Proteína N do vírus, além da sua carga viral. A proteína S é a principal responsável pela entrada do vírus. O objetivo do estudo é descrever a relação entre quantidade de anticorpos do tipo IgG para a proteína S total e o desfecho do quadro clínico do paciente acometido por Sars-CoV-2. O estudo é descritvo, exploratório e quantitativo. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética sob o parecer 4.372.732. O sangue foi coletado no primeiro e no décimo quarto dia de 33 pacientes internados na UTI COVID-19. Foi quantificado o nível de anticorpos do tipo IgG para a proteína S total dos pacientes. Informações gerais de saúde e o desfecho alta hospitalar ou óbito foram retirados dos prontuários. Dos 33 pacientes, obteve-se uma média de idade de 66,1±14,1 anos (sendo 18 do sexo masculino) e uma taxa de mortalidade de 66,6%. Alguns fatores tiveram maior associação com o desfecho mortalidade, como idade elevada (acima de 60 anos) (p<0,058), sexo masculino (p<0,108) e índice de massa corporal elevado (p<0,188). Um maior nível de anticorpos para proteína S total no início da internação na UTI esteve associado com menor taxa de mortalidade, assim como um maior nível durante a internação, podendo ser, então, considerado como um fator protetor para pior desfecho (óbito) (p<0,001). Dessa forma, é possível afirmar que há uma correlação entre pior desfecho prognóstico e menor quantidade de anticorpos em pacientes internados em UTI. Ressalta-se que devido ao período do estudo, os pacientes não estavam vacinados para COVID-19.
Palavras-Chave: anticorpos; COVID-19; desfecho.