Portal de Eventos da ULBRA., XXVIII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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A ESCOLA COMO REFERÊNCIA NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DAS PESSOAS DA COMUNIDADE ESCOLAR: O CASO PBQ
Julia Souza Teixeira, Marcelino Antônio da Silva Neto, Miguel Seadi Jr, Aline Groff Vivian, André Guirland Vieira

Última alteração: 08-12-2022

Resumo


Os achados de Bruner (1987) de que o ser humano organiza sua experiência com o mundo na forma de uma narrativa implica em que devemos entender a identidade como uma construção narrativa. A identidade é organizada através da história da pessoa, não como ela ocorre literalmente, mas como ela é narrada. A identidade é organizada como uma narrativa autobiográfica, a qual tem a função de construir coerência e propósito à vida e ao mundo (McLean et al., 2019). O objetivo deste estudo é investigar o desenvolvimento de histórias de vida de uma jovem adulta por meio de uma construção narrativa da identidade com referência ao contexto escolar. O principal interesse do estudo diz respeito ao papel que a escola desempenha na construção da identidade narrativa em jovens adultos e adultos maduros. Participou da pesquisa uma pessoa jovem adulta de 18 anos (Pbq), aluna de uma escola de uma região vulnerável da região metropolitana de Porto Alegre. Foi utilizada uma metodologia de elaboração de histórias de vida tal como proposto pelo grupo ESBRINA, da Universidade de Barcelona (Lopes, Hernández, Sancho e Rivas, 2013). A participante foi convidada a uma entrevista, na qual sua história de vida na escola foi elaborada. A entrevista foi gravada em áudio para posterior transcrição. A identidade narrativa entrelaçada com a escola apareceu como história autobiográfica de propósito de vida, na qual a protagonista passa por situações de dificuldade socioeconômica e a visão ambígua da família sobre o ensino para uma situação de superação de qualquer obstáculo e o objetivo claro de atingir o ensino superior como forma de ascensão social. A identidade narrativa também apareceu com elementos de significação, que procuravam organizar a experiência em termos de construção de sentido e de aprendizagem. A pandemia, sabemos, foi um período que afastou muitos jovens das escolas. Portanto, é admirável perceber que Pbq se manteve firme em seu desejo, em sua visão, e mesmo tendo ficado um ano sem estudar, decidiu retornar. Afinal, seus irmãos abandonaram os estudos ainda no ensino fundamental. Sabe-se que a conduta dos outros pode funcionar como uma pressão social, e uma das variáveis de maior influência nesse sentido é o núcleo familiar. Pbq poderia ter seguido a conduta deles sem peso na consciência, pois estaria fazendo o que o restante da família fez (incluindo seus pais). É, portanto, um caminho solitário o que ela trilha, contando com uma única pessoa que se importa e a incentiva, um pai que não quer para a filha o futuro que ele teve. Palavras-chave: Identidade narrativa; jovem adulto; papel; escola.

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