Última alteração: 07-11-2022
Resumo
Cárie na Primeira Infância é a doença mais comum nos primeiros anos de vida e impacta negativamente a qualidade de vida de crianças e suas famílias. Além do controle na frequência de consumo de açúcar, escovar os dentes com dentifrício fluoretado desde a erupção do primeiro dente representa uma prática importante na prevenção e controle da doença. Entretanto, são escassos estudos de coorte que investigaram este comportamento no primeiro ano de vida. O objetivo do presente estudo foi estimar a prevalência das práticas de higiene bucal e investigar fatores associados em crianças de 12 meses em três capitais do Brasil (Porto Alegre, Manaus e Salvador). Uma coorte de crianças ao nascimento, captada em Hospitais de três capitais do Brasil – Manaus, Salvador e Porto Alegre – foi acompanhada prospectivamente até os 12 meses (n=281). Os instrumentos de pesquisa foram entrevistas com as mães ao nascimento e aos 12 meses de idade e exame clínico odontológico realizado por cirurgiões-dentistas treinados e calibrados. Análise estatística compreendeu teste qui-quadrado, com nível de significância de p<0,05. A prevalência de práticas de higiene bucal aos 12 meses foi de 54,4% (153/281). Crianças filhas de mães com escolaridade materna maior de 11 anos tiveram uma prevalência de práticas de higiene (73,3%) significativamente maior (p=0,006) que crianças cujas mães estudaram até 8 anos (45,5%). Além disso, práticas de higiene bucal foram mais prevalentes em crianças com maior número de dentes erupcionados aos 12 meses (p=0,008). Variáveis demográficas, práticas alimentares e frequência à creche não estiveram associados ao desfecho. Em conclusão, a prevalência de higiene bucal é baixa aos 12 meses de idade, com quase metade das crianças não tendo seus dentes escovados. As práticas de higiene nesta idade estão associadas a maior escolaridade materna e ao número de dentes erupcionados.
Palavras chave: higiene bucal; cárie dentária; coorte de nascimento.