Última alteração: 08-11-2022
Resumo
Introdução: de acordo com Ministério da Saúde, as doenças negligenciadas são aquelas que apresentam alta prevalência, principalmente em regiões de vulnerabilidade e, por isso, contribuem também para a persistência do quadro de desigualdade. Método: é um estudo quantitativo epidemiológico com uso de dados numéricos de óbitos ocasionados por protistas parasitos (Doenças Transmitidas por Protozoários - CID-024-027), com quatro parasitoses notificadas: Malária, Leishmaniose, Doença de Chagas, Toxoplasmose. Os dados foram coletados do período de 2010 a 2020, pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde (SINAN-TABNET). Os dados foram estratificados pelas seguintes variáveis: sexo, faixa etária, raça e escolaridade. Resultados: no Brasil, entre 2010 e 2020, foram notificados 54.462 óbitos, por infecção de parasitos protistas, onde 55,25% desses óbitos eram do sexo masculino. Em relação às regiões, a região Sudeste apresentou o maior número de óbitos (45,2%). Entre os óbitos e as parasitoses, a Doença de Chagas causou 91,02% das mortes em ambos os sexos, e tem predomínio no número de mortes em todas as regiões apresentando variabilidade de 51,38% (Norte) a 96,08% (Centro-Oeste). Analisando a série histórica, observa-se que em dez anos de mortalidade devido a protistas parasitos, a Doença de Chagas ocasiona mais mortes. O número de óbitos foi mais predominante entre crianças entre 1 e 3 anos, e a menor prevalência ocorreu em indivíduos acima de 12 anos. Conclusão: A continuidade das doenças negligenciadas apresenta um risco constante à população em todo território nacional, com isso, percebe-se a urgência de melhorar a qualidade do saneamento básico e desmatamento no país.
Palavras-chave: Parasitoses; Protista; Perfil epidemiológico; Óbitos.