Última alteração: 08-11-2022
Resumo
A diabetes mellitus gestacional (DMG) é uma das síndromes obstétricas mais frequentes durante a gestação, sendo definida como estado de hiperglicemia associada à resistência à insulina e sensibilidade à insulina materna, com início durante a gestação e sem relação com a diabetes tipo I ou II. A DMG pode acarretar diversos desfechos clínicos inesperados tanto para a mãe quanto para o recém-nascido. O antígeno leucocitário humano-G (HLA-G) é uma importante molécula imunossupressora que faz parte do complexo principal de histocompatibilidade (MHC) de classe I não-clássico (MHC-Ib) do sistema imune, atuando na imunidade inata e adaptativa. O HLA-G possui um papel importante na tolerância materno-fetal contra a rejeição do enxerto semi-alogênico, auxiliando na aceitação do feto pelo sistema imunológico da mãe. Os genes do MHC estão entre os genes mais polimórficos conhecidos, porém o HLA-G é uma exceção, tendo poucas variações polimórficas. Os polimorfismos nesse gene podem alterar a expressão gênica, sendo associados a diversas condições clínicas. O objetivo do presente estudo é avaliar se desfechos gestacionais relacionados à DMG podem estar associados ao polimorfismo de inserção/deleção de 14 pares de bases (bp) (rs66554220) do gene HLA-G. Trata-se de um estudo de coorte prospectiva com 502 gestantes com DMG atendidas no Hospital Materno Infantil Presidente Vargas de Porto Alegre. O diagnóstico de DMG foi realizado pelo teste oral de tolerância à glicose. O DNA das pacientes foi extraído a partir de amostras de sangue. Os genótipos do polimorfismo são determinados através da reação em cadeia da polimerase seguida de eletroforese em gel de poliacrilamida. Foram genotipadas 301 pacientes até o momento e os resultados obtidos mostraram as seguintes frequências genotípicas: 37,5% Del/Del, 50,5% Ins/Del, 12,0% Ins/Ins. A continuidade do estudo prevê a finalização da genotipagem de toda a amostra e análise das associações com os desfechos clínicos.