Portal de Eventos da ULBRA., XXVII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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DEGENERAÇÃO MIXOMATOSA DE VÁLVULAS ATRIOVENTRICULARES EM UM CANINO
Caroline Castagnara Alves, Francesca Lopes Zibetti, Eliezer Monteiro da Costa, Daniele Weber Fernandes, Paula Priscila Correia Costa

Última alteração: 03-12-2021

Resumo


A degeneração mixomatosa valvar representa cerca de 70% das cardiopatias, sendo considerada a doença cardíaca valvar mais comum. A válvula mais acometida é a mitral, além de causar uma maior gravidade do caso (NELSON & COUTO, 2015). Na doença, ocorre uma deformação da valva mitral, além de espessamento e alongamento de cordoalhas tendíneas (JERICÓ, 2015). Pode ocorrer em cães de qualquer idade e raça, mas é mais comum em pacientes de raças pequenas e mais idosos. As principais raças acometidas são: Poodle, Yorkshire, Miniature Schnauzer, Dachshund e Chihuahua (ALMEIDA. 2021). O diagnóstico é realizado através de exames clínicos, ecocardiograma, radiografia e eletrocardiograma (NELSON & COUTO, 2015), sendo a ecocardiografia o exame mais importante (ALMEIDA. 2021). O objetivo desse trabalho é relatar um caso de degeneração mixomatosa de valvas atrioventriculares em um canino. Foi atendido no Hospital de Clínicas Veterinárias da Universidade Federal De Pelotas (HCV-UFPel) uma cadela, de 13 anos da raça Poodle. A paciente veio com queixa de tosse e engasgo em períodos diferentes do dia. Assim, durante o atendimento clínico foi auscultado um sopro de grau V em foco mitral. A paciente se encontrava alerta no exame clínico, identificado apenas que apresentava sinais de tosse e engasgos durante  momentos de excitação. Assim, a paciente foi submetida a um exame de ecocardiografia. Nesse exame, foi identificado alterações compatíveis com endocardiose de valvas atrioventriculares, além de refluxo dessas mesmas valvas, de maneira grave em mitral. Também foi identificado aumento cardíaco esquerdo e função sistólica aumentada. O refluxo valvar ocorre porque a degeneração leva a deformação progressiva da valva, causando falha na coaptação dos folhetos valvares, e, assim, a regurgitação. Isso causa sobrecarga volumétrica no lado do coração acometido, hipertrofia excêntrica, além de disfunção ventricular. O risco de mortalidade pela doença é diretamente proporcional ao aumento do átrio esquerdo, sendo considerado um fator prognóstico. O sinal clínico mais comum identificado por tutores de animais com endocardiose de mitral é a tosse, como relatado pela tutora no presente caso (SOUZA, 2020).  A tosse, normalmente, ocorre pela compressão do brônquio principal esquerdo, desencadeado pelo remodelamento acentuado do átrio esquerdo (JERICÓ, 2015). O sopro é considerado o achado clínico mais precoce, podendo ser auscultado no ápice cardíaco esquerdo, como identificado na paciente. Entretanto, os pacientes podem ser assintomáticos nos quadros iniciais, sendo identificado mais tardiamente (SOUZA, 2020). Assim, foi sugerido a repetição do exame na paciente em 8 meses para acompanhamento. Como tratamento, foi instituído benazepril 0.25 mg/kg, furosemida 3mg/kg e espironolactona 1mg/kg.  Devido a redução dos sinais clínicos na paciente, o tratamento instituído foi considerado eficaz.


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