Portal de Eventos da ULBRA., XXVII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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APOIO MATRICIAL EM SAÚDE MENTAL EM UMA CAPITAL BRASILEIRA: ASPECTOS ESTRUTURAIS E ORGANIZACIONAIS
Larissa do Canto Müller, Larissa do Canto Müller, Aline Zanella, Alice Hirdes

Última alteração: 03-12-2021

Resumo


O Apoio Matricial em Saúde Mental vem crescendo e aprimorando-se ao longo dos anos, constituindo-se uma ferramenta importante para a assistência na Atenção Primária à Saúde (APS) no manejo de transtornos psicológicos e psiquiátricos. No Brasil, a principal estratégia para integrar a saúde mental na APS é por intermédio do AM ¹ ². A partir do momento em que se tem uma nova forma de abordagem ao paciente, faz-se necessário entender o funcionamento e a lógica que permeiam esse modelo de cuidado. Por ser uma ferramenta recente no contexto de saúde mental na APS³, o Apoio Matricial ainda busca pontos a serem aprofundados e praticados, buscando maior integração e efetividade. O objetivo do trabalho foi analisar os aspectos estruturais e organizacionais do Apoio Matricial em Saúde Mental em uma capital Brasileira. Trata-se de uma pesquisa descritivo-analítica, com abordagem qualitativa. Participaram 14 profissionais de equipes de referência da Estratégia Saúde da Família que tiveram supervisão e suporte de apoiadores matriciais de serviços de saúde mental de Porto Alegre, RS. Os instrumentos utilizados foram entrevistas semiestruturadas. A análise dos dados foi realizada por meio da análise de conteúdo na modalidade temática. Os resultados evidenciam que a articulação em rede no apoio matricial dá-se pela participação da redinha, outras áreas da AP, como: Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), Equipes Especializadas de Saúde Integral da Criança e do Adolescente (EESCA), Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF) e pelo serviço de emergência. Os fatores facilitadores do trabalho interdisciplinar no AM giram sobre o serviço prestado pela assistência social, “redinha”, reuniões mensais e visitas domiciliares, Gercom e grupos de apoio. Dentre os fatores dificultadores reportados pelos participantes estão a falta de acesso a profissionais, escassez de encontros, falta de comunicação, falta de local para atendimento adequado e alta demanda de pacientes. Na comparação dos processos de trabalho desenvolvidos pelo grupo e apoiadores do NASF e os vinculados ao serviço de saúde mental, obteve-se que as equipes possuem apoio de serviços como: EESCA, RAPS, redinha, telessaúde, CAPS, serviço de assistência social e do serviço hospitalar. Por fim, as ações de promoção e prevenção em saúde mental elencadas baseiam-se em grupos de apoio e convivência. Ao mesmo tempo, alguns entrevistados apontaram que não há o reconhecimento de ações voltadas à promoção e prevenção na área de saúde mental. Portanto, o apoio matricial é a principal estratégia para integrar a saúde mental na AP, no entanto, adaptações são necessárias para melhor a efetividade desse cuidado.

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