Portal de Eventos da ULBRA., XXVII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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POLÍTICA LGBTQI+ E O PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO DE USUÁRIOS TRANS MASCULINOS DE UM MUNICÍPIO DO SUL DO BRASIL
Ana Laura Marques Lopes, Adriana Demoliner, Eduarda Carretos, Maria Isabel Morgan-Martins

Última alteração: 03-12-2021

Resumo


Introdução: A incongruência de gênero é descrita pelo CID-11 como a incongruência marcada e persistente entre o gênero de identificação e o sexo biológico. Diante disso, o transgênero masculino é o indivíduo que nasce com o sexo atribuído como feminino, mas se identifica com o gênero masculino. Objetivos: Descrever o perfil sociodemográfico e o nome social de usuários transgêneros masculinos do projeto LGBTQI+. Material e Métodos: Foram coletados dados de prontuário físico e digital do ambulatório LGBTQI+ do Centro de Especialidades Médicas em Canoas/RS. O período de coleta foi de julho de 2021 a agosto de 2021 na Secretaria de Saúde de Canoas/RS. Esse projeto de pesquisa tem como n.º de Certificado de Apresentação de Apreciação Ética (CAAE) 31548820.3.0000.5349 e n.º de protocolo do Comitê de Ética de 4.114.308. Resultados e Discussão: O presente estudo cadastrou 63 transgêneros masculinos, sendo que apenas 52 haviam dados para coleta, ou seja, retorno com exames. A média de idade dos participantes foi de 28 anos. Com relação à idade de início do tratamento, constatou-se uma variação de idade entre 16 a 51 anos. Além disso, a maioria dos participantes — 28 dos 52 (53,84%) — estão na faixa etária de 21 a 30 anos, enquanto apenas 11 participantes (21,15%) tinham menos de 21 anos, e 13 (25%), mais de 30 anos. No que diz respeito ao uso de nome social, 33 participantes (63,46%) tinham no prontuário nomes atribuídos ao gênero masculino ou neutro, além do nome de registro. Estima-se que pelo menos 7 dos 52 participantes (13,46%) abandonaram e não retornaram ao  tratamento. Segundo a World Professional Association for Transgender Health (WPATH), a idade de maioridade civil é um critério para iniciar a terapia hormonal, no Brasil é de 18 anos. Bem como, o nome social tem um papel importante por ser uma ferramenta de individualização na sociedade e que se caracteriza como um marco para a sua identidade. Assim, a confecção da carteira com nome social para as pessoas trans é um direito previsto pela Resolução DPGE n.º  04/2014, e pode ser solicitada em qualquer cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais (RCPN) do Brasil. Conclusão: A informação epidemiológica a respeito da população trans, apesar de escassa, tem um papel essencial no planejamento de políticas de saúde dessa população, assim como para compreender suas manifestações clínicas associadas. Diante disso, mais estudos são necessários de modo a aumentar a inclusão desses pacientes pelo sistema de saúde.

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