Portal de Eventos da ULBRA., XXVI SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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DETECÇÃO DE PATÓGENOS CANINOS EM ANIMAIS SILVESTRES DE VIDA LIVRE NO SUL DO BRASIL
Isadora Agnes, Francini Rosa Paz, Vinicius Proenza da Silveira, André Felipe Streck, Vagner Ricardo Lunge

Última alteração: 12-11-2020

Resumo


A transmissão de patógenos (protozoários, bactérias e vírus) entre espécies já foi relatada em muitos trabalhos. A coleta em animais domésticos e silvestres atropelados é uma alternativa para obter amostras e identificar agentes patogênicos, como por exemplo, Babesia vogeli, Ehrlichia canis, Leishmania infantum e o Parvovírus canino 2 (CPV-2), para que desta forma seja possível realizar um estudo epidemiológico interespécies. O presente estudo possui a finalidade de identificar agentes patogênicos (B. vogeli, E. canis, L. infantum e CPV-2) em animais silvestres e domésticos atropelados, próximo da região metropolitana de Porto Alegre. Inicialmente foi realizado um levantamento dos mamíferos atropelados na RS-040 (estado do Rio Grande do Sul) entre abril de 2018 e março de 2019. Foram realizadas 33 viagens, percorrendo um total de 5.280 quilômetros. Os animais atropelados eram identificados, fotografados e sua localização geográfica era anotada por GPS. Os animais que apresentavam um baixo grau de decomposição eram necropsiados in loco e fragmentos de órgãos eram coletados e refrigerados e consequentemente congelados em -14ºC. Ectoparasitas eram coletados quando visualizados. O DNA das amostras foi extraído pelo método de sílica e em seguida realizados a amplificação do material por qPCR para os patógenos em questão conforme descrito na literatura. Foram observados um total de 486 animais atropelados. Todos os mamíferos foram classificados em 4 classes, 22 ordens, 38 famílias e 51 gêneros/espécies. Foram necropsiados um total de 31 mamíferos silvestres e 6 cães domésticos, sendo que 28 desses corpos totais foram encontrados em áreas rurais. Foram encontrados carrapatos em 7 animais, dado que 4 eram gambás-de-orelha-branca, 2 graxains do mato e um graxaim do campo. Os carrapatos foram identificados como R. sanguineus, Amblyomma e Ixodes. Os mamíferos silvestres foram negativos para B. vogeli, E. canis e L. infantum, já o DNA de CPV-2 foi amplificado em 5 animais (três gambás, um graxaim do campo e uma ratazana). Ainda, os seis cães não foram detectados com B. vogeli e L. infantum, mas um cão foi positivo para E. canis e quatro para CPV-2. A identificação do DNA de Ehrlichia canis ainda não havia sido reportada na região, dado isto, este é o primeiro achado por métodos moleculares no Rio Grande do Sul do agente. Esta descoberta é motivo de preocupação para os animais silvestres, uma vez que estes podem estar em contato com cães errantes, já que os atropelamentos ocorreram na mesma área. O roedor positivo provavelmente contraiu o agente onde algum animal doente estava presente. Para nosso conhecimento esta é a primeira identificação de CPV-2 em roedores pelo método de PCR.

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