Última alteração: 10-09-2019
Resumo
A temática da inclusão da mulher no mercado de trabalho através da escolarização e políticas públicas é um assunto discutido na atualidade, com maior frequência quando se trata de mulheres com perfil socioeconômico menor. É de interesse social promover a inclusão do gênero em ambientes dominados por homens. Através deste olhar, este recorte tem por objetivo analisar a escolaridade de mulheres moradoras de um conjunto habitacional de uma cidade da região metropolitana de Porto Alegre/RS. Ele surge a partir de dados parciais da pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da ULBRA (parecer de nº 3.452.076) intitulada “Determinantes da qualidade de vida dos responsáveis pelas famílias beneficiadas de um programa social de habitação na região metropolitana de Porto Alegre/RS”, que busca analisar o impacto na qualidade de vida dos responsáveis pelas famílias beneficiadas por este programa, após sua mudança de moradia. O conteúdo do estudo é de caráter quantitativo, utilizando delineamento observacional do tipo analítico em recorte transversal, onde as entrevistadas responderam o questionário sociodemográfico. Até o presente momento, 22 famílias foram entrevistadas, nas quais 81,8% (18) são mulheres provedoras do lar ou que dividem esta responsabilidade. Destas 18, 27,8% concluíram o ensino médio, 5,6% concluiu o ensino fundamental, e 5,6% concluiu o curso técnico, enquanto as demais não concluíram o ensino fundamental, o que representa 61,1% das mulheres entrevistadas. O perfil de mulheres que concluíram o ensino médio é composta por uma faixa etária, de 20 a 70 anos, onde 60% não possui renda própria, enquanto as que não concluíram o ensino fundamental se enquadram nas mais diversas faixas etárias, de 30 a 50 e 60 a 90 anos, apresentando 27,2% de mulheres sem renda própria. As que concluíram o ensino fundamental e que concluíram o ensino técnico possuem renda pessoal, porém, representam 18,2% do total do gênero entrevistado. Até o momento, percebe-se que os níveis de escolaridade das mulheres entrevistadas pode ser considerado baixo (27,8% concluintes do ensino médio e 5,6% do ensino técnico), visto que os números apontam para uma crescente escolarização feminina e, consequentemente, inclusão social. Embora muito já se tenha conquistado no que diz respeito ao crescimento da participação feminina no mercado de trabalho e nos percentuais educacionais, onde 21,5 % das mulheres na faixa etária 25 a 44 anos de idade completaram o curso superior, indicador 37,9% superior ao dos homens (15,6%) (IBGE/PNAD, 2016); ainda há muito o que se alcançar, como mais investimento na educação e políticas públicas que promovam e perpetuem a inclusão social feminina.