Última alteração: 10-09-2019
Resumo
O uso de plantas como forma de tratamento e prevenção para as diversas doenças é uma prática presente desde os primórdios da humanidade, no entanto, as plantas utilizadas antigamente não possuíam muitas informações referentes à ação terapêutica e por isso todos os usos eram baseados na experiência. Atualmente, a fitoterapia representa essa prática milenar, tendo os fitoterápicos como representantes. Os medicamentos fitoterápicos, que apresentam como princípio-ativo extratos exclusivamente vegetais, são considerados uma terapia complementar ou alternativa em saúde e o uso com a finalidade de prevenir, curar ou minimizar os sintomas das doenças é crescente. Estima-se que 40% dos medicamentos disponíveis na terapêutica atual foram desenvolvidos a partir de fontes naturais, sendo 25% provenientes de plantas. O Brasil possui um enorme potencial para se tornar referência em pesquisas e estudos de plantas medicinais, levando em consideração sua rica biodiversidade que possui 25% da flora mundial, o que propicia a busca por novas moléculas bioativas e possibilita o desenvolvimento de novos medicamentos fitoterápicos. Como resultado de pesquisas 100% nacionais há o anti-inflamatório fitoterápico Acheflan, indicado no tratamento local de processos inflamatórios. Nesse contexto, visando ascensão e desenvolvimento de fitoterápicos, nota-se a importância de estudar as plantas que estão presentes em nossa flora. Dentre os grupos químicos presentes nas plantas, os compostos fenólicos são notáveis por sua capacidade de agir sobre a inflamação inibindo a oxidação de diversas moléculas através da doação de átomos de hidrogênio, por meio de sua ação antioxidante. Nesse trabalho, buscamos avaliar a espécie Stachytarpheta cayennensis (gervão) que possui uso abrangente na medicina popular como analgésico e anti-inflamatório. Dessa forma, torna-se necessário conhecer a constituição fitoquímica e os teores de compostos fenólicos e flavonoides de Stachytarpheta cayennensis. As folhas de Stachytarpheta cayennensis foram coletadas, selecionadas, secas, trituradas e submetidas ao método de extração por infusão. A constituição fitoquímica foi analisada por ensaios colorimétricos qualitativos e o extrato aquoso foi quantitativamente analisado quanto aos teores de compostos fenólicos e flavonoides totais, enquanto que a atividade antioxidante foi avaliada através do método com o radical DPPH. Através do screening fitoquímico verificou-se a presença de flavonoides, saponinas, cumarinas e alcaloides. Nas analises quantitativas, Stachytarpheta cayennensis apresentou um teor de compostos fenólicos de 127,97 ± 4,03 mg/g EAG e flavonoides totais 2,20 ± 0,02 mg/g EQ. Como resultado da atividade antioxidante obtivemos 162,32 ± 9,78 ug/ml. Sendo assim, Stachytarpheta cayennensis apresentou moderada atividade antioxidante que pode estar associada a sua atividade anti-inflamatória indicada no uso popular.