Portal de Eventos da ULBRA., XXV SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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ANÁLISE MOLECULAR DE HEMOPARASITOS EM ANIMAIS SILVESTRES E DOMÉSTICOS
Isadora Agnes, Francini Rosa Paz, Vinicius Proença da Silveira, Nilo Ikuta, Vagner Ricardo Lunge

Última alteração: 10-09-2019

Resumo


As doenças causadas por agentes, como Ehrlichia spp. e Babesia vogeli, são transmitidas por picadas de ectoparasitas, sendo o carrapato Rhipicephalus sanguineus o principal responsável pela transmissão dessas hemoparasitoses A. Esses agentes afetam animais domésticos e silvestres em todo o mundo, possuindo um potencial risco zoonótico B. Podem ocorrer em cães (Canis lupus familiaris) e animais silvestres da mastofauna (carnívoros, marsupiais e roedores). O presente estudo teve como objetivo avaliar a ocorrência de Ehrlichia spp. e Babesia vogeli, correlacionando com a presença de carrapatos, em cães e animais silvestres da região Metropolitana de Porto Alegre, que se caracteriza por ser uma região do Bioma Pampa com interferência da Mata Atlântica. O estudo foi realizado em parceria com Projeto de Monitoramento da Fauna Atropelada do IBAMA/CETAS e ocorreu na rodovia RS-040 no trecho entre Viamão e Pinhal (Km 12 ao 92). Foram coletadas amostras de órgãos (fígado e baço) de animais atropelados e ectoparasitas sempre que encontrados. Os animais e os carrapatos foram classificados nas respectivas espécies a partir de avaliação morfológica, sendo também realizado o registro fotográfico e estabelecida a localização por GPS. As amostras de órgãos foram submetidas à extração de DNA pelo método de sílica e detecção de Ehrlichia spp. e Babesia vogeli pela reação em cadeia da polimerase em tempo real (qPCR) utilizando primes e condições descritas por Peleg et al. (2010) C. A visualização das espécies permitiu classificar os animais em domésticos, correspondendo a seis cães e 31 animais silvestres. Entre esses últimos, foram identificados dezenove gambás (Didelphis albiventris), quatro mãos-peladas (Procyon cancrivorus), dois graxains-do-mato (Cerdocyon thous), dois graxains-do-campo (Lycalopex Gymnocercus), uma preá (Cavia aparea), um furão-pequeno (Galictis cuja), uma ratazana (Rattus norvergicus) e um ouriço-cacheiro (Sphiggurus villosus). Foram encontrados carrapatos em sete animais atropelados e identificados em quatro D. albiventris (R. sanguineus, gênero Ixodes sp., gênero Amblyomma sp. e larvas e ninfas da família Ixodidae), em dois C.thous (A. aureolatum) e um L. gymnocercus (genêro Amblyomma sp.). A análise por PCR de Ehrlichia spp. e Babesia vogeli demonstrou que apenas uma amostra de órgãos de um cão doméstico apresentou resultado positivo para Ehrlichia spp. Todas as amostras de animais silvestres apresentaram resultado negativo para os dois patógenos. A ocorrência de Ehrlichia spp. demonstra a possibilidade da ocorrência de casos em animais silvestres, pois há interação direito entre animais silvestres e domésticos em áreas de transição entre mata e urbanização. Para um melhor entendimento do papel desses animais e avaliação da prevalência destas hemoparasitoses nessa comunidade animal, novos estudos com um maior número amostral devem ser realizados. Por fim, este é o primeiro registro de detecção direta, utilizando ferramentas moleculares, da ocorrência de Ehrlichia spp. em cães do Rio Grande do Sul.

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