Última alteração: 10-09-2019
Resumo
A doença renal crônica atualmente é definida como a presença de anormalidades da estrutura ou função dos rins, presentes por mais de três meses, com implicações para a saúde. Nos últimos 20 anos, tem sido diagnosticada de forma crescente em todos os países, sendo atualmente considerada sob forma epidêmica, justificando medidas preventivas de saúde pública para seu controle. Possui três alternativas de tratamento (hemodiálise, diálise peritoneal e transplante renal) a escolha do tratamento varia da disponibilidade de órgãos para transplantes e dos recursos financeiros de cada país. Entretanto, em média, 37 trilhões de dólares são utilizados anualmente para tratamento de hemodiálise em todo o mundo. Este trabalho tem como escopo analisar a prevalência da doença renal crônica e da hemodiálise no mundo. Trata-se de uma revisão sistemática das publicações na literatura nacional e internacional disponíveis nas plataformas ‘Pubmed’, ‘BVS’ e ‘Google Acadêmico’. Os descritores utilizados para busca das literaturas foram ‘Insuficiência Renal Crônica’, ‘Renal Insufficiency’, ‘Chronic, Hemodialysis Units’, ‘Hospital’, ‘Unidades Hospitalares de Hemodiálise’, ‘Renal Dialysis’, ‘Diálise Renal’. A análise foi realizada com base nos artigos publicados no período de 2013 a 2019, redigidos em língua inglesa e portuguesa, disponíveis na íntegra e gratuitamente. Todos os estudos foram lidos na íntegra seguindo critérios de inclusão e exclusão das evidências publicadas. No total foram encontrados 46 resultados, destes foram selecionados 10 artigos para análise. Todos os estudos eram descritivos e transversais. A partir destes resultados, foi encontrado que países do continente asiático representaram a maior proporção (50%) das publicações encontradas. Os resultados indicam maior prevalência da doença renal crônica em países desenvolvidos, na Polônia a prevalência da Doença Renal Crônica (DRC) atinge 1.518 pessoas por milhão de população (p.m.p) o qual 92% dos pacientes fazem tratamento de hemodiálise (HD), nos Estados Unidos da América (DRC 2.079, HD 70%), Brasil (DRC 596, HD 92%), Iraque (DRC 440, HD 56%), Coréia (DRC 1.350, HD 72%), Indonésia (DRC 406, HD 74%), Austrália (DRC 1.200, HD 64%), Malásia ( DRC 1.220, HD 54%), Gana (DRC 100, HC 71%). Os dados revelaram que a prevalência da doença renal crônica é distinta, sendo maior em países desenvolvidos, o que parece estar associado a diferenças socioeconômicas e na cobertura dos serviços de saúde. Todavia, o estudo revela evidências similares quanto ao uso da hemodiálise, o que pode estar relacionando com as dificuldades de doares de órgãos para realização do transplante renal. Os achados apontam para a necessidade de ampliação do acesso aos serviços de saúde em todo o mundo, a fim de diagnosticar precocemente e possibilitar tratamento oportuno. Necessitando ampliar pesquisas futuras principalmente nos países em desenvolvimento e subdesenvolvidos para estimar a real prevalência de doença renal crônica na população mundial.