Última alteração: 11-09-2018
Resumo
A atividade antimicrobiana de novos compostos extraídos de vegetais é avaliada através da interação destes extratos que contem substancias discretas com capacidade de inibir o crescimento dos micro-organismos em teste. O estudo de novos agentes antimicrobianos é importante devido ao crescente surgimento de infecções fatais causadas por microrganismos cada vez mais resistentes. Entre os compostos de extratos vegetais com ação antimicrobiana, pode-se citar os taninos, que são polifenóis solúveis em água encontrados em uma grande variedade de frutos, cascas, sementes, folhas, entre outros e de origem química diversa. Os taninos podem ser classificados quimicamente como hidrolisáveis e condensados, sendo importantes compostos oligoméricos com estrutura química variada. Suas propriedades bactericidas e fungicidas resultam da capacidade de interação com macromoléculas, como proteínas e polissacarídeos, e de complexação de íons metálicos, além de sua atividade antioxidante capaz de sequestrar radicais livres. O teor de taninos pode variar de acordo com o tipo de vegetal, parte da planta e sua sazonalidade. A acácia negra, árvore típica do estado do Rio Grande de Sul, é considerada uma das melhores árvores para a extração de taninos em termos de concentração e rendimento, resultando em um extrato contendo 70% de taninos condensados a partir da sua casca. Este trabalho tem como proposta analisar as características bioquímicas de agentes patogênicos e avaliar as propriedades antimicrobianas do extrato de tanino da casca da acácia negra, frente aos micro-organismos Staphylococcus aureus, Streptococcus pyogenes e Escherichia coli. O estudo foi realizado a partir de três extratos produzido pela empresa TANAC, sendo estes tanino sulfitado 43,3%, catiônico 31,2% e aniônico 50,2%, foram utilizados no teste de difusão em discos com concentrações de 0,1% à 6,5%, descrito pelo National Committe for Clinical Laboratory Standards (NCCLS), e pelo teste em microplacas com revelador cloreto de trifeniltratrazólio (CTT) para Listeria monocytogenes e Escherichia coli apartir da concentrações de 0,1% até a ausência completa do crescimento microbiano. A solução de tanino sulfitado foi segunda solução mais eficiente na ação antimicrobiana frente aos microrganismos utilizados no estudo, seguida pela solução de tanino aniônico 50,2%. Para o gram negativo Escherichia coli, os resultados não foram tão satisfatórios. Acredita-se que as pequenas variações de resultados apresentados entre os dois testes, deve-se a técnica utilizada, visto que na metodologia de difusão em discos há uma maior concentração de inóculo na placa de PCA enquanto no teste em microplacas, o inóculo interage diretamente com as soluções de tanino.