Portal de Eventos da ULBRA., XXIV SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

Tamanho da fonte: 
“MICRORNA-155 E RETINOPATIA DIABÉTICA: ESTUDO DE ASSOCIAÇÃO DOS NÍVEIS PLASMÁTICOS E DO POLIMORFISMO RS767649”
FERNANDO MARQUES DE OLIVEIRA

Última alteração: 08-09-2018

Resumo


A retinopatia diabética (RD) é uma das principais complicações crônicas do diabetes mellitus tipo 2 (DM2), pois ocorre em mais de 60% dos pacientes, e também compõe a principal causa não-traumática de novos casos de cegueira em países ocidentais. A RD pode ser classificada como ausente (sem RD), não proliferativa (RDNP) e proliferativa (RDP). Os microRNAs (miRs) são pequenos RNAs endógenos, com aproximadamente 20 a 22 nucleotídeos, com capacidade de regular a expressão gênica em um nível pós-transcricional por meio da degradação ou inibição de seus genes-alvo. O miR-155 é codificado por um gene localizado no cromossomo 21 e quando superexpresso, resulta na inflamação crônica. O presente estudo tem como objetivo avaliar o polimorfismo rs767649 (T>A) no gene do miR-155 e os níveis plasmáticos deste miR com a presença e a gravidade da RD nos pacientes com DM2. Foram incluídos 527 pacientes diagnosticados com DM2, sendo 235 pacientes sem RD, 160 com RDNP e 132 com RDP, além de 67 doadores do banco de sangue. A expressão gênica inclui 90 pacientes, porém, apenas nove pacientes foram avaliados até o momento (2 sem RD, 5 com RDNP e 2 com RDP). O DNA foi extraído de leucócitos do sangue periférico utilizando-se o método de “salting out”, e os genótipos do polimorfismo rs767649 no gene do miR-155 foram determinados pela técnica da reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real. Os miRs foram extraídos utilizando o kit comercial miRvana® PARIS. A reação de conversão dos miRs em cDNA e as reações de amplificação em tempo real (RT-qPCR) foram feitas utilizando-se ensaios comerciais, com “primers” e sondas de hidrólise específicos para este miR. Utilizamos o cel-miR-39 como controle endógeno da reação de RT-qPCR. As frequências dos genótipos do polimorfismo rs767649 estavam de acordo com o equilíbrio de Hardy-Weinberg tanto para os pacientes como para os doadores. A frequência do alelo A foi idêntica nos dois grupos (0,08), não sendo observada associação desse alelo com o DM2 (p=0,997). Com relação à presença e gravidade da RD, as frequências alélicas não apresentaram diferenças significativas entre os três grupos (sem RD=0,06; RDNP=0,09; RDP=0,10; p=0,094). Porém, o alelo A foi mais frequente entre os pacientes com RD em comparação aos pacientes sem esta complicação (0,09 contra 0,06, respectivamente, p=0,050). A regressão logística univariada, usando o modelo dominante, mostrou uma associação do alelo A com a RD (razão de chances = 1,91; IC 95% 1,15-3,18; p=0,012). A regressão multivariada demonstrou, também, essa associação (razão de chances = 1,94; IC 95% 1,03-3,65; p=0,040). Os resultados da expressão obtidos até o momento não apresentaram diferenças significativas entre os grupos (p=0,954). No entanto, mais estudos são necessários para avaliar o papel desse polimorfismo no desenvolvimento do DM2 e da retinopatia diabética, bem como finalizar as análises da expressão gênica.



Palavras-chave


Diabetes mellitus, retinopatia diabética, microRNA, SNP

Texto completo: PÔSTER