Última alteração: 06-09-2018
Resumo
Analises fitoquímicas identificaram o composto polifenólico Artepelin C (Art C - ácido 3,5-diprenil-4-hidroxicinâmico) como principal componente bioativo da própolis verde. Devido ao fato de apresentar importantes atividades biológicas, este composto vem sendo alvo de diferentes estudos. Avaliar a modulação de dano no DNA é de extrema importância, uma vez que, alguns compostos naturais podem atuar reduzindo ou removendo mutações espontâneas ou induzidas, propriedade conhecida como antimutagenicidade. Este estudo teve como objetivo avaliar o efeito protetor do Artepelin C contra instabilidade cromossomal induzida por um mutágeno, utilizando o teste de micronúcleos com bloqueio da citocinese, CBMN. Para tanto, as células de glioblastoma humano (U-87MG) foram cultivadas em monocamadas em frascos de cultura de 25 cm² (TPP), contendo meio DMEM suplementado com 15% de soro fetal bovino e antibióticos, a 37°C em uma incubadora com 5% de CO2. A bleomicina (BLEO) causa danos oxidativos no DNA e, dessa forma, foi utilizada como agente indutor de danos. Na avaliação referente a antimutagenicidade as células foram semeadas em placas de cultura, incubadas por 24 horas com meio DMEM completo para então serem submetidas a três protocolos de tratamentos: pré- tratamento, onde as concentrações 3,9; 7,8; 15,6; 31,2 e 62,5 μM de ArtC foram administradas antes da BLEO; tratamento simultâneo, Co- tratamento com diferentes concentrações do ArtC e BLEO; pós tratamento, o ArtC foi administrado depois da BLEO. Após a realização dos tratamentos, as células foram lavadas com DPBS e tripsinizadas com 350 μL de tripsina, neutralizadas com 650 μL de DMEM completo e transferidos 100 – 150 μL da suspensão de células para citocentrífuga de bancada, sendo centrifugadas a 700 xg por 5 min. A coloração das lâminas foi realizada por panótico Instant Prov (Newprov®) e após a secagem das mesmas, a leitura foi realizada em microscopia óptica com aumento de 1000x, onde foram analisadas 1000 células binucleadas por concentração para os parâmetros de micronúcleos (MN), pontes nucleoplasmáticas (PN) e brotos nucleares (BR). Assim sendo, os resultados preliminares sugerem que o ArtC foi capaz de reduzir a frequência de micronúcleos em comparação a células expostas a BLEO, nos três protocolos de tratamento anteriormente citados, sugerindo que o Art C pode agir protegendo o DNA contra danos ou estimulando vias de reparo.