Portal de Eventos da ULBRA., XXIV SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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EFEITO ANALGÉSICO CENTRAL DO ANTAGONISTA TRPV1, SB-366791, EM CAMUNDONGOS TOLERANTES À MORFINA
Isadora Nunes Rebelo, Thiago Kastell Mazeto, Alessandra Hubner de Souza

Última alteração: 06-09-2018

Resumo


Um dos principais tratamentos para dores crônicas severas consiste na administração da morfina. O receptor µ (MOR) é ativado pela morfina provocando analgesia e indiferença aos estímulos do meio circundante. No entanto, a maior limitação para o uso do opióide em longo prazo é o desenvolvimento da tolerância, descrita como uma diminuição profunda em seus efeitos analgésicos durante administração prolongada. Com as limitações dos analgésicos disponíveis, novos mecanismos de ação na transmissão da dor são estudados. Um novo alvo molecular é o canal iônico TRPV1 (Transient Receptor Potencial Vanilloid 1), receptor para a capsaicina relacionado a irritantes naturais sobre neurônios sensoriais primários que contribui para a sensibilidade térmica e ao desenvolvimento da hipersensibilidade térmica após lesão tecidual. Pesquisas recentes apresentam o SB-366791 [N-(3-metoxifenil)-4-clorocinamida] como um antagonista seletivo de receptores TRPV1, potente e eficaz em modelos pré-clínicos de dor. Nesse estudo, foi investigado o envolvimento do canal TRPV1 em roedores não tolerantes e tolerantes à morfina pela administração intratecal do SB-366791 e avaliado o efeito antinociceptivo desse antagonista nos animais. Foram utilizados camundongos Swiss machos do Biotério da ULBRA (protocolos 2013-27P e 2015-52P). A indução da tolerância à morfina nos animais selecionados consistiu na injeção do opióide via subcutânea durante 3 dias consecutivos, nas doses de 10, 10 e 15 mg/kg no 1º dia, 15, 15 e 20 mg/kg no 2º dia e 20, 20 e 25 mg/kg no 3º dia. Os camundongos foram injetados via central com veículo (salina 5μℓ/site), morfina (0.76 μg/5μℓ) ou SB-366791 (5μg/5μℓ). Para a avaliação da atividade antinociceptiva térmica, os animais foram submetidos ao teste da placa quente 1, 2 e 3 h após a administração das drogas, e, na 4ª h, ao teste de imersão da cauda. Os camundongos não tolerantes administrados com SB-366791 ou morfina e submetidos à placa quente apresentaram, na 2ª h, um significante aumento no índice de latência. Na 3ª h, o SB demonstrou maior efeito antinociceptivo comparado com a morfina. Na 4ª h, a imersão da cauda desses animais revelou a inibição da hiperalgesia térmica pelo SB-366791. Apesar do antagonista não ter demonstrado efeito antinociceptivo nos camundongos tolerantes à morfina submetidos à placa quente, houve uma tendência para o aumento da latência na 3ª hora, quando comparado ao veículo. Na 4ª h, os mesmos animais tratados com SB apresentaram resposta de latência superior na imersão da cauda comparado aos demais grupos. Assim sendo, devido sua ação antinociceptiva em animais não tolerantes e tolerantes principalmente no teste de imersão da cauda, o qual determina a atividade espinhal, o SB-366791 é reforçado como uma possível droga para uso em humanos tolerantes à morfina, requerendo novos estudos pré-clínicos para esclarecer os mecanismos envolvidos entre o comportamento desse antagonista e a tolerância à morfina.


Palavras-chave


tolerância à morfina; antagonista vaniloide TRPV1; antinocicepção

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