Última alteração: 06-09-2018
Resumo
A retocolite ulcerativa indeterminada (RCUI) é uma doença inflamatória crônica que atinge o reto e o cólon. O metabolismo oxidativo anormal gera o aumento de espécies reativas de oxigênio (ERO) resultando em dano oxidativo. A quercetina é um flavonóide com propriedades antioxidantes, capaz de impedir as reações da lipoperoxidação, eliminar e/ou reduzir as ERO e radicais livres e regular as defesas antioxidantes. Sendo assim, a suplementação com a quercetina pode representar uma nova abordagem terapêutica na inibição tanto dos danos inflamatórios como os provocados pelo estresse oxidativo na RCUI. O presente trabalho objetivou avaliar o efeito da quercetina no modelo experimental de colite induzida por TNBS. Foram utilizados 28 ratos machos Wistar (±350 g) divididos em 4 grupos: 1: Controle (CO); 2: Controle+Quercetina (CO+Q); 3: Colite (CL); 4: Colite+Quercetina (CL+Q). Para indução da colite foi realizado um enema com TNBS na dose de 30mg/kg diluído em 0,25 mL de etanol à 50%. A quercetina (50 mg/Kg/dia) foi diluída em carboximetilcelulose à 1% e administrada via intraperitoneal por sete dias após a indução da colite. Foi aferida a pressão anal esfincteriana, realizada a avaliação da lipoperoxidação (LPO) através da técnica das substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS), avaliada a atividade das enzimas antioxidantes superóxido dismutase (SOD) e glutationa peroxidase (GPx), avaliado os níveis de glutationa (GSH) e a análise histológica pela coloração de hematoxilina e eosina (HE). A análise estatística utilizada ANOVA ONEWAY, seguido do teste Student-Newman-Keuls, onde o nível de significância adotado foi 5% (p<0,05) (média±erro padrão). Na pressão anal esfincteriana (cm/H2O) o grupo CL+Q mostrou um aumento significativo em relação ao grupo CL (CO: 59,83±0,97; CO+Q: 61,70±1,01; CL: 31,50±0,99; CL+Q: 43,75±1,75). A avaliação da LPO por TBARS (nmoles/mgprot) mostrou uma diminuição significativa no grupo CL+Q em relação ao grupo CL (CO: 0,61±0,11; CO+Q: 0,54±0,04; CL: 1,55±0,10; CL+Q: 0,76±0,07). A atividade da enzima SOD (USOD/mgprot) apresentou um aumento significativo no grupo CL+Q em relação ao grupo CL (CO: 16,65±2,20; CO+Q: 17,34±2,52; CL: 3,87±0,45; CL+Q: 13,99±1,64) e na atividade da enzima GPx (nmoles/min/mgprot) observamos um aumento significativo no grupo CL+Q em relação ao grupo CL (CO: 1,45±0,14; CO+Q: 1,42±0,07; CL: 0,95±0,06; CL+D: 1,40±0,06). Nos níveis de GSH (nmoles/mgprot) houve um aumento significativo no grupo CL+Q em relação ao grupo CL (CO: 31,24±1,86; CO+Q: 33,78±1,64; CL: 12,30±1,01; CL+Q: 26,45±3,41). Na análise histológica o grupo tratado com quercetina apresentou uma diminuição do edema, da inflamação e regeneração das criptas. Sugerimos que a quercetina tem um efeito protetor contra as ERO diminuindo a LPO, aumentando a atividade das enzimas antioxidantes SOD e GPx e os níveis de GSH, reduzindo a lesão tecidual, o edema, a inflamação e aumentando a pressão anal esfincteriana.