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INVESTIGAÇÃO DO POTENCIAL MUTAGÊNICO E ANTIMUTAGÊNICO DA MIRICETINA E MIRICITRINA EM CÉLULAS SOMÁTICAS DE Drosophila melanogaster
Última alteração: 06-09-2018
Resumo
Flavonoides e compostos fenólicos são estudados por suas propriedades antioxidantes e citoprotetoras em vários modelos biológicos. Os flavonoides podem ser considerados pigmentos naturais, desempenhando um papel fundamental na proteção do vegetal, atuando na proteção contra agentes oxidantes. São representativos na dieta humana sendo obtidos através de alimentos, como frutas, legumes, verduras e também no chá de ervas, no vinho e no mel. Entre os diversos compostos fenólicos com ação antioxidante destaca-se a miricetina, um flavonoide comum na dieta humana sendo encontrado em frutas, chás, legumes, vinho tinto e plantas medicinais, e a miricitrina, um flavonoide extraído da fruta, folhas e casca de bayberry chinês (Myrica rubra SIEBOLD), que é usado atualmente como um flavorizante em lanches, produtos lácteos e bebidas (NAN et al., 2014). Alguns estudos demonstram que estes compostos fenólicos possuem atividade antioxidante, antifúngica, antiviral e anticâncer (HOBBS et al., 2015), entretanto, há poucos relatos sobre o potencial mutagênico e antimutagênico destas substâncias. Neste sentido o objetivo do presente estudo foi avaliar a atividade mutagênica da MIR e da MTR e estudar o potencial antimutagênico destes compostos fenólicos sobre os danos genéticos induzidos pelo etil-metanossulfonato (EMS), através do teste para detecção de mutação e recombinação somática (SMART) em Drosophila melanogaster. Para analisar o potencial mutagênico, as concentrações utilizadas para ambos os compostos foram: 12,5; 25; 50 e 100 mg/ml. Na análise do potencial antimutagênico, foram realizados protocolos de co e pós-tratamento, onde foram testadas concentrações de 25; 50 e 100 mg/ml. Os resultados mostram que MIR e MTR não exerceram atividade mutagênica em todas as concentrações avaliadas nos dois cruzamentos e, em relação a atividade antimutagênica, no protocolo de co-tratamento, observa-se que a MIR reduziu a frequência de danos genéticos induzidos pelo EMS apenas na concentração de 100 mg/mL, enquanto a MTR não apresentou esse efeito modulador em nenhuma das concentrações. Da mesma forma, no protocolo pós-tratamento, nenhum dos compostos foi capaz de alterar significativamente a frequência de danos induzidos pelo EMS. Os dados do presente estudo mostram que a MIR e a MTR não foram mutagênicas e recombinogênicas no teste SMART de asa, nas condições experimentais utilizadas, e que o flavonoide MIR reduziu os danos genéticos induzidos pelo EMS, no protocolo de co-tratamento, indicando que este composto apresenta uma ação protetora mais ampla, do que apenas a atividade antioxidante, já descrita na literatura, visto que o EMS não é capaz de induzir danos oxidativos no DNA.
Palavras-chave
flavonoides; etil-metanosulfonato; mutação; recombinação.
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