A pesquisa Práticas de leitura da literatura infanto-juvenil contemporânea (Ulbra 2016-18) investiga os leitores infanto-juvenis e suas práticas de leitura pouco conhecidas pelo mediador adulto (livreiros, pais, educadores, autores). Essas práticas se manifestam em gestos, espaços e hábitos cotidianos que constituem a sua relação com o livro como um produto cultural. A metodologia aplicada nesta investigação prevê pesquisa de campo e pesquisa bibliográfica. A pesquisa de campo é desenvolvida a partir de entrevistas, depoimentos e análise de espaços de comunicação virtual. O estudo envolve também levantamento bibliográfico; entrevistas com pessoas que convivem com o tema pesquisado, como bibliotecários, livreiros, youtubers, escritores e os próprios leitores. Metodologicamente, texto e leitor são objeto de estudo. Com o passar dos anos o mediador clássico está perdendo o seu lugar e começando a competir com as mídias contemporâneas, que apresentam ao leitor um mundo literário novo e abrangente. Atualmente os textos chegam ao leitor através de um suporte, uma forma, que pode ser o livro, nos seus mais diversos formatos, mas também pode ser um e-book, um tablet, um celular. A pesquisa aprofunda-se no entendimento da influência que os novos mediadores têm nas leituras dos jovens, e como a mesma é transmitida, via vídeos, postagens em blogs, redes sociais de leitura, onde a interação é intensa e próxima entre ambos. Em 2018 a pesquisa focaliza diretamente os youtubers que são escritores ou já possuem publicações virtuais e impressas e contem com um número significativo de seguidores em seus canais de mídia. Foram estudados os cinco maiores do país em número de seguidores, sendo que apenas um deles conta com mais de 30 milhões de fãs. Os resultados da investigação mostram, entre outras questões, o avanço crescente do chamado “fenômeno da cibercultura” e o seu poder de influência sobre a formação dos novos leitores e de alguns segmentos da sociedade que também estão conectados a esse novo conceito de interação cultural. Deixam claro também a facilidade com que estes “autores” virtuais conseguem se aproximar de seu público alvo, os seguidores, promovendo não somente a divulgação de seus canais, mas desenvolvendo toda uma estrutura de marketing que vai desde o retorno econômico pelas visualizações de seus vídeos, a formação de uma equipe de apoio, criação e ampliação de espaços de visualização, entrevistas e até mesmo contratos milionários com emissoras de televisão e programas internacionais, como Netflix e outras mídias. Ou seja,  o universo de leitura contemporâneo, antes restrito a um público seleto e poucas formas de apreciação, encontra-se multiculturalizado através da rede mundial, em um processo gigantesco de mídia que abarca  manifestações literárias e produções artísticas nunca antes imaginadas.