A Melatonina (MLT) vem sendo muito estudada e citada em diferentes modelos experimentais como um potente antioxidante. O termo doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) compreende um largo espectro de condições associadas ao acúmulo de lipídios no fígado, variando da esteatose à esteato-hepatite não alcoólica (EHNA), podendo progredir para formas mais graves como fibrose, cirrose e carcinoma hepatocelular. A EHNA é definida pela presença de esteatose hepática e infiltrado inflamatório, com lesão hepatocelular (balonização) com ou sem fibrose. O modelo experimental de esteato hepatite não alcoólica (EHNA) é realizado com dieta deficiente dos aminoácidos metionina e colina (MCD). Quanto mais deficiente em aminoácidos, maior a velocidade de instalação e gravidade da doença hepática. O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito da MLT sobre o tecido hepático em camundongos com EHNA, induzida por dieta MCD. Foram utilizados 32 camundongos machos da linhagem C57BL6, divididos em quatro grupos: CO, CO+MLT, EHNA, EHNA+MLT. Os animais dos grupos EHNA e EHNA+MLT receberam dieta MCD por 4 semanas. A MLT (20 mg/kg) foi administrada intraperitoneal (I.P) a partir do 15° dia do início do experimento, diariamente, durante 2 semanas. Após foi coletado tecido hepático para análises histológicas (HE e Picrossírius) de estresse oxidativo. Na avaliação da lipoperoxidação por TBARS, observou-se aumento do grupo EHNA quando comparados aos grupos controle e uma redução no grupo EHNA+MLT (p<0,001). A enzima catalase (CAT) teve um aumento significativo do grupo EHNA em relação aos grupos controle e uma diminuição do grupo EHNA+MLT (p<0,05). As enzimas superóxido dismutase (SOD) e glutationa peroxidase (GPx), apresentam redução no grupo EHNA com relação aos controle e um aumento no grupo EHNA+MLT (p<0,05). Na análise histológica do fígado dos animais com EHNA observa-se uma destruição do parênquima hepático, infiltrado inflamatório e presença de fibrose. A EHNA induzida por MDC gerou dano celular e tecidual nos animais expostos a mesma, a julgar pelo aumento da lipoperoxidação, alteração na atividade das enzimas antioxidantes e alterações na avaliação histológica. A melatonina mostrou-se capaz de atenuar os danos ocasionados neste modelo experimental.