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RELATO DE UM TRANSPLANTE CARDÍACO REALIZADO EM PACIENTE PEDIÁTRICO
Última alteração: 27-09-2017
Resumo
Introdução: Segundo a ABTO (Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos), no seu Registro Brasileiro de Transplantes, o qual é divulgado trimestralmente, em junho de 2017, havia 887 pacientes pediátricos ativos em lista de espera, sendo a grande maioria em espera para rim, seguido de córnea, fígado, coração e pulmão. O transplante cardíaco pediátrico possibilita sobrevida importante e melhora da qualidade de vida em crianças portadoras de cardiopatias congênitas complexas e cardiomiopatias refratárias à terapêutica convencional¹. Objetivos: relatar um caso de transplante cardíaco realizado em paciente pediátrico no Instituto de Cardiologia, em Porto Alegre no ano de 2017. Materiais e métodos: Paciente masculino, 17 anos, procedente de Passo Fundo, Rio Grande do Sul. Apresentava querubinismo, lábio leporino e fenda palatina corrigidos previamente, hipotireoidismo em tratamento, história familiar positiva para trombofilias. Queixava-se de tontura, síncope, cansaço e dispneia aos mínimos esforços, sendo diagnosticado com miocardiopatia dilatada. Mantinha-se em uso de: Furosemida, Alopurinol, Amiodarona, Levotiroxina, Omeprazol, Digoxina, Carvedilol, Losartana, Ivabradina. Um ecocardiograma realizado no final de 2016 evidenciou: átrio e ventrículo esquerdos dilatados, importante grau de hipocinesia difusa (fração de ejeção 19,7%), regurgitação mitral e tricúspide leves, disfunção contrátil moderada a grave do ventrículo direito, aumento de câmaras direitas. Além disso, o BNP (peptídeo natriurético cerebral) era de 2314. O paciente era portador de insuficiência cardíaca moderada a grave (NYHA III-IV), refratária ao tratamento clínico, sendo indicado o transplante cardíaco. O transplante foi realizado em junho de 2017. Duas semanas após a cirurgia, a biópsia endomiocárdica evidenciou certo grau de rejeição ao órgão, sendo necessário o uso de imunossupressores diários, como Tacrolimus, Micofenolato e Prednisona para evitar graves desfechos. Um mês após o transplante, o paciente retornou ao hospital com queixa de febre, sendo diagnosticado com infecção por Citomegalovírus (CMV), ficando internado para realizar o tratamento com Ganciclovir endovenoso, sendo finalizado com sucesso. Resultados e conclusões finais: Indicou-se o transplante cardíaco, no caso do paciente pediátrico acima citado, pelo quadro de insuficiência cardíaca refratária ao tratamento clínico, sendo realizado, com sucesso, em junho de 2017. Após duas semanas, evidenciou-se pequena rejeição e infecção por CMV, ambas manejadas sem intercorrências. Nota-se a importância da doação e dos transplantes de órgãos para melhorar a qualidade de vida de pessoas com órgãos comprometidos. Dessa forma, são fundamentais campanhas de conscientização e informação para que a população possa conhecer e entender os mecanismos e as peculiaridades do processo de transplantes.
Palavras-chave
transplante cardíaco, lista de espera, solidariedade, pediátrico, doação de órgãos.
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