Portal de Eventos da ULBRA., XXIII SALÃO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

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MÍDIA ONLINE E DOPING NOS JOGOS PARALÌMPICOS RIO 2016
Natalia da Silva Pereira, Lucas Alves Rosenau, Paulo Rodrigo Pedroso Da Silva, Adriana Lemes, Luciano Leal Loureiro

Última alteração: 17-09-2017

Resumo


O doping no esporte levanta questões do interesse constante nos meios de comunicação, especialmente durante os Jogos Paralímpicos (JPL). Temos como exemplo o escândalo de doping mais recente que implica os atletas Paraolímpicos russos impedidos de participar dos Jogos Olímpicos Rio 2016. O objetivo deste trabalho foi investigar as notícias de doping online publicadas pelo Oficial Broadcast - Rede Globo, Rede Record e Rede Bandeirantes - durante os Jogos Paralímpicos Rio 2016, onde foram selecionadas e classificadas reportagens no período de 7 a 18 de setembro 2016. Na busca inicial realizada no “Google Notícias”, foram encontradas 349 reportagens com a temática, porém 60 foram selecionadas para a realização desta análise. Excluíram-se as notícias de outros eventos, vídeos e matérias repetidas, resultando assim em oito publicações nas quais trabalhamos com a análise de conteúdo de Laurence Bardin. Os resultados indicaram que o conceito da expressão "doping" esteve presente só em duas reportagens relacionados com o uso da substância (tamoxifen) ou métodos proibidos (boosting). Constatou-se que à medida que eram apresentados desempenhos extraordinários eram alcançados, sobretudo na natação, à mídia oficial de plantão respondia  com comentários afiados de desconfiança. As motivações para esses comentários incidiram sobre duas motivações, uma relacionando ao desempenho dos paratletas chineses ao doping. A outra possibilidade aponta para a hipótese de que os competidores estariam disfarçando o grau de deficiência para concorrerem em vantagem desleal com aqueles de maior deficiência. Os JPL não apresentam na mídia o apelo popular que conseguimos evidenciar nos Jogos Olímpicos, tendo poucas inserções. São noticiados na maioria das vezes em momentos fora do horário nobre, tratando-se da TV aberta, e em momentos pouco significativos nas transmissões realizadas na TV fechada. Sendo assim, a ferramenta que pode nos dar mais subsídios são as mídias digitais e redes sociais, que apresentam mais informações acerca do tema, bem como as suas relações com o doping. Existe a falta de ética de algumas delegações, que vão além da utilização de doping na tentativa de fraudar o IPC pela classificação de atletas e seus níveis de comprometimento físico, intelectual ou motor, para que dessa forma seus atletas se apresentem com algum tipo de vantagem em relação à seus adversários. Estamos diante da compreensão de que o limite humano para a conquista de novos recordes está se aproximando do problema da legitimidade de tais ocorrências. Dentro deste posicionamento teórico seria possível aventarmos que as “vitórias” – desempenho de destaque e controle de doping negativo - do atleta paraolímpico de hoje poderão ser as “derrotas” - perda de medalha e controle de doping positivo - do amanhã. Cabe a mídia a divulgação de conteúdos com linguagem menos sensacionalista (repressão, do controle e das desconfianças) mais informativa, educativa para a valorização dos atletas como seres humanos portadores de valores, fortalecidos na máxima do esporte livre do doping.


Palavras-chave


Jogos Paralímpicos, doping, mídia

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