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IDENTIFICAÇÃO DOS GENÓTIPOS/SUBGENÓTIPOS DO VÍRUS DA HEPATITE B NO SUL DO BRASIL
Última alteração: 04-09-2017
Resumo
A hepatite B é uma doença humana viral grave e representa um grande problema de saúde pública. Estimativas apontam que 3,2% da população apresenta hepatite B crônica com mais de 600 mil óbitos devido a doenças decorrentes como cirrose e carcinoma hepatocelular. O vírus da hepatite B (HBV, do inglês hepatitis B virus) pertence à família Hepdnaviridae, tem seu genoma organizado em uma molécula circular de DNA fita dupla parcial. Atualmente é classificado em dez genótipos (A até J) e em diversos subgenótipos, de acordo com a diversidade genômica. Dados indicam que os genótipos A, D e F são os mais frequentes no Brasil, mas diferentes perfis são identificados dependendo da região avaliada. O objetivo deste estudo foi determinar as frequências dos genótipos e subgenótipos do HBV em uma amostragem de pacientes diagnosticados com hepatite B no Sul do país. Foram avaliados pacientes com hepatite B crônica de quatro cidades do Rio Grande do Sul: oito (17,0%) em Canoas, vinte (42,5%) em Bento Gonçalves, seis (12,8%) em Passo Fundo e treze (27,6%) em Porto Alegre. O DNA genômico foi extraído pelo método de adsorção em sílica e após foi realizada amplificação de um fragmento de 580 pares de bases de uma região de sobreposição dos genes S e P pela reação em cadeia da polimerase aninhada (nested PCR). Os fragmentos amplificados foram sequenciados pelo método de Sanger. As sequências de nucleotídeos foram alinhadas pelo método MAFFT e as filogenias foram geradas pelo método de Neighbor-Joining. Todas as análises foram conduzidas no software Geneious 9.1.2 (Geneious, Inc). Os resultados demonstraram a ocorrência de apenas dois genótipos (A e D), com predominância do genótipo D (43, 91,5%). Com relação aos subgenótipos foram observados D2 (8; 17,1%), D3 (35; 74,4%), A1 (3; 6,4%) e A2 (1; 2,1%). Recentemente, dados de estudo com base populacional no Brasil, informam que o genótipo A predomina nas regiões Norte (71,6%) e Nordeste (65,0%), enquanto que o D apresentou maior frequência na região Sul com 78,6%. Ademais, em pesquisa conduzida na cidade de Chapecó, no ano de 2015, 97,0% das amostras foram classificadas como genótipo D. Nossos achados estão de acordo com essas informações, visto que observamos uma frequência de 91,5% do genótipo D. Este cenário pode ser explicado pela colonização europeia no Sul do Brasil, já que este genótipo é comum no Sul da Europa. Este estudo tem como perspectivas avaliar um maior número de amostras, e determinar processos de filogeografia/filodinâmica do HBV no Sul do Brasil.
Palavras-chave
Hepatite B; HBV; genótipos; subgenótipos
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